Com a crise no Silicon Valley Bank e no Credit Suisse (C1SU34), seis bancos centrais do mundo realizam uma ação coordenada para injetar dólar no sistema financeiro internacional. A operação começou na segunda (20) e deve seguir em vigor até abril.
A operação de injeção de dólar no sistema financeiro é realizada de forma conjunta pelos bancos centrais dos Estados Unidos, Japão, Zona do Euro, Reino Unido, Suíça e Canadá.
De acordo com informações diivulgadas pela NHK World, a iniciativa visa aumentar a eficiência das linhas de swap de liquidez do dólar e evitar confusões no mercado.
As linhas de swap de dólares são operações nas quais o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) fornece a moeda norte-americana para outros bancos centrais em troca das moedas dessas instituições financeiras.
Segundo a reportagem, as instituições defendem que essas linhas são “um importante mecanismo de liquidez para aliviar a pressão nos mercados globais de financiamento” e ajudam a “mitigar efeitos de tal pressão sobre a oferta de crédito”. Operações similares a esta já foram realizadas durante a crise de 2008 e em março de 2020, no início da pandemia da Covid-19.
Dólar hoje: Acompanhe a moeda norte-americana
O dólar recua ante o real na manhã desta terça (21), alinhado à tendência internacional nesta véspera de decisões sobre juros do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Fed e do Comitê de Política Monetária (Copom).
Os investidores operam aliviados após a compra do Credit Suisse pelo UBS, os estudos de autoridades norte-americanas para expansão do Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), caso as turbulências no sistema bancário se agravem, e a esperança de que o Fed faça uma pausa nos aumentos de juros amanhã, embora a maioria dos analistas preveja mais uma alta de 25 pontos-base, igual à do mês passado.
Para o Copom, há consenso no mercado de que a taxa Selic deve ser mantida em 13,75% ao ano, mas há dúvida sobre sinalização de flexibilização monetária no comunicado do encontro.
Nesta terça, uma série de atos de protestos será realizado pelas centrais sindicais contra os juros altos e pedindo a demissão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Os protestos serão feitos em pelo menos cinco capitais do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Porto Alegre).
Com a agenda de indicadores esvaziada, os investidores aguardam ainda o leilão de títulos pós-fixado NTN-B e LFT do Tesouro (11h00) e a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em seminário do BNDES sobre o papel do Estado no investimento de longo prazo (11h40).
Ontem, dólar fechou em baixa, mas os juros curtos e intermediárioas fecharam com viés de alta, influenciadas pela piora das medianas de IPCA no Boletim Focus, enquanto as taxas longas tiveram leve queda com a moeda americana.
O arcabouço fiscal segue no foco, embora já não se espere que saia antes do desfecho do Copom. Segundo fontes, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), “receberam bem” a proposta de arcabouço fiscal apresentada a eles ontem por Haddad.
Às 9h44, o dólar à vista caía 0,21%, a R$ 5,2324. O dólar para abril recuava 0,16%, a R$ 5,2440.
Com Estadão Conteúdo