Dólar avança 2,538% cotado a R$ 5,6681 em renova recorde nominal
O dólar encerrou as negociações desta sexta-feira (24) em forte alta de 2,538%, cotado a R$ 5,6681 na venda. A moeda americana renovou o recorde nominal de cotação pela terceira vez consecutiva.
Os investidores precificaram as repercussões políticas da instabilidade no governo federal com a demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Nesse contexto, o dólar bateu uma nova máxima histórica, chegando a passar no meio da tarde a marca de R$ 5,70.
A moeda americana acumulou um aumento de 8,25% na semana. No acumulado anual, o dólar registra alta de 41,09%.
Veja as principais notícias que impactaram o mercado de câmbio:
- Moro pede demissão do Ministério da Justiça
- BRF fecha acordo para encerrar investigação nos EUA
- FMI e OMC fazem alerta sobre restrições de exportação
Moro pede demissão do Ministério da Justiça
O ministro Sergio Moro anunciou sua demissão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública nesta sexta-feira, durante pronunciamento na manhã desta sexta-feira. Segundo o ex-chefe da pasta, sua renúncia ao cargo foi feita em função da decisão de Bolsonaro de exonerar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
O ministro foi contra a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, publicada na manhã desta sexta-feira no Diário Oficial da União (DOU). No documento, constava a informação de que a exoneração havia sido feita “a pedido” do ministro. Moro, no entanto, afirmou ter sido pego de surpresa e desmentiu a alegação.
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De acordo com ministro, o presidente procura alguém com quem possa ter livre acesso a informações da PF. Isso implica documentos e dados sobre investigações em curso da Política Federal. Para Moro, a postura de Bolsonaro é inaceitável e fere a autonomia do órgão de Estado.
Na entrevista coletiva organizada por sua pasta, Moro afirmou que “a partir do segundo semestre do ano passado começou a ter uma insistência, por parte do presidente Bolsonaro, na troca do comando da Polícia Federal”.
BRF fecha acordo para encerrar investigação nos EUA
A BRF (BRFS3) anunciou, na última quinta-feira (23), que irá pagar US$ 40 milhões (R$ 221,3 milhões) para acionistas estadunidenses para encerrar uma série de investigações contra a companhia.
Segundo a BRF, o acordo refere-se à Class Action, ação intitulada de “BRF S.A. Securities Litigation”, movida em Nova York. A companhia aceitou o acordo “para encerrar todas as demandas pendentes e que possam vir a ser propostas por pessoas ou entidades que compraram ou de outra forma adquiriram American Depositary Receipts (ADRs) de sua emissão entre 4 de abril de 2013 e 5 de março de 2018″.
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O acordo, entretanto, está sujeito à homologação pelo tribunal, “bem como à celebração do documento final de acordo”. O encerramento das negociações não dependerá do reconhecimento de responsabilidade ou de prática de atos irregulares pela empresa ou seus executivos, inclusive.
FMI e OMC fazem alerta sobre restrições de exportação
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) pediram cautela em relação as restrições sobre exportações de suprimentos médicos e alimentos. Isso porque muitos países estão sofrendo com a crise desencadeada pela pandemia novo coronavírus e essa medida “pode ser prejudicial”.
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Em um comunicado realizado pelas duas instituições, foi afirmado que há uma preocupação com o declínio do financiamento comercial. “Estamos preocupados com interrupções no fornecimento devido ao crescente uso de restrições à exportação e outras ações que limitam o comércio de suprimentos médicos fundamentais e de comida”, informaram as organizações.
De acordo com a OMC, as restrições temporárias de exportação são autorizadas somente para a prevenção ou alívio da escassez nos países que fazem as vendas.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quinta-feira, o dólar encerrou em alta de 2,189%, negociado a R$ 5,5278.