O dólar hoje ganhou 1,27% ante o real, fechando a R$ 5,4539, em meio a um mercado brasileiro turbulento no primeiro dia de pregão após o presidente Jair Bolsonaro demitir o CEO da Petrobras (PETR4), Roberto Castello Branco.
O dólar hoje reagiu às declarações do presidente da República dadas desde a última sexta-feira (19) nas quais Bolsonaro defendia “trocar as peças” em algumas companhias estatais.
Após o último pregão da semana, o mandatário publicou em suas redes sociais uma nota na qual dizia que o governo federal havia indicado o nome do general Joaquim Silva e Luna para o lugar de Castello Branco. O resultado disso tudo, no entanto, só deve sair amanhã, para quando está marcada a reunião do conselho de administração da Petrobras.
Já no fim de semana, o presidente da República voltou a tocar na pauta de intervenção, dizendo na ocasião que planejava “meter o dedo na energia elétrica”. “Semana que vem deve ter mais mudança aí (…). E mudança comigo não é de bagrinho não, é tubarão”, afirmou.
Na visão de Bruno Madruga, sócio e head de renda variável na Monte Bravo, as declarações tiveram elevaram a percepção de risco do Brasil, afetando diretamente o desempenho do dólar e dos juros futuros.
O EWZ, principal ETF brasileiro negociado nos Estados Unidos, conhecido como o “Ibovespa dolarizado”, caía 5,16% às 17h21 desta segunda-feira.
Dólar tem freio na política e no BC
Na tentativa de segurar as cotações da moeda americana, o Banco Central (BC) promoveu nesta segunda-feira um leilão de swap cambial de US$ 1 bilhão. A autarquia vendeu ainda outros US$ 800,0 milhões em swaps entre, numa operação já prevista, para renovar alguns vencimentos destes contratos cambiais programados para o início de abril.
Em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse hoje que o cronograma de votações de matérias prioritárias inclui a aprovação da reforma administrativa no primeiro semestre.
Na análise de Madruga, ambos os fatores contribuíram para a perda de força do dólar durante a sessão.
Última cotação
Na última sessão, sexta-feira (19), o dólar encerrou o pregão em queda de 1,022%, cotado a R$ 5,3854.
(Com informações do Estadão Conteúdo)