O mercado repercute negativamente a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a possível prorrogação do auxílio emergencial. Com isso, a volatilidade do dólar é acentuada na tarde desta quarta-feira (9).
Por volta das 15h15, o dólar tinha alta de 0,92%, negociado a R$ 5,07. Ontem o ministro declarou que “possivelmente” o governo vai renovar por mais “dois ou três meses” o auxílio emergencial.
Segundo o Valor Econômico, o Planalto deve viabilizar os pagamentos com uma sobra de R$ 7 bilhões da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial. O governo ainda deve editar uma medida provisória para abrir crédito extraordinário de cerca de R$ 12 bilhões.
Na análise da economista-chefe do banco Ourinvest, Fernanda Consorte, analisa que essa manobra não está sendo bem aceita pelo mercado.
“Ontem houve mal humor no mercados locais devido o ministro Paulo Guedes dizer que pretende estender o auxílio emergencial através de crédito extraordinário de cerca de R$ 12 bilhões, ou seja, uma manobra para que esses gatos não conte no teto de gastos do governo”.
Por sua vez, a Câmara dos Deputados instala nesta quarta-feira (9) a comissão especial que vai analisar o mérito da reforma administrativa. Em seguida, serão eleitos os dirigentes do novo colegiado.
A proposta de emenda à Constituição que trata do tema teve sua admissibilidade aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania no fim do mês passado. O texto restringe a estabilidade no serviço público e cria cinco tipos de vínculos com o Estado.
“No sentido oposto, Arthur Lira promete instalar ainda hoje a comissão especial da reforma administrativa, em meio aos ruído de que o presidente Bolsonaro não estaria comprometido com o tema” , analisou a economista.
Segundo o jornal Gazeta do Povo, Bolsonaro está convencido de que o timing político da reforma administrativa passou e, atualmente, ela traria mais ônus do que bônus, sobretudo eleitorais. “A reforma era uma promessa de 2019, não 2021”, disse uma fonte ao veículo.
Última cotação do dólar
Na última sessão, terça-feira (8), o dólar encerrou em queda de 0,05%, negociado a R$ 5,03.