Dólar atinge maior valor em mais de dois meses e fecha em R$ 3,975

O dólar encerrou esta quarta-feira (7) em alta de 0,48%, cotado a R$3,975. O fechamento atual é o maior desde o dia 30 de maio, quando a moeda norte-americana chegou a valer R$3,979.

O dólar subiu mesmo com a aprovação da reforma da previdência aprovada pela Câmara dos Deputados na madrugada desta quarta. Influenciaram a cotação as turbulências internacionais ligadas a guerra comercial entre China e EUA, e seus reflexos no Brasil. E também o impacto a atuação do Banco Central, que vendeu 11 mil contratos de swaps cambiais.

Reforma da Previdência

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno, o texto-base da reforma da Previdência na madrugada desta quarta. Foram 370 votos a favor, 124 contrários e uma abstenção.

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A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) teve duração de cinco horas e meia. No começo da manhã os deputados também iniciaram a votação dos destaques da reforma.

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A reforma da Previdência prevê uma série de mudanças nas regras das aposentadorias. Entre elas, a igualdade da idade mínima para os trabalhadores do setor público e do setor privado, assim como um aumento do tempo de contribuição e alterações nas pensões e benefícios previdenciários.

Guerra comercial provoca alta do dólar

A continuidade da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China também impactou na cotação do dólar. Segundo um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), esse confronto entre as duas principais economias do mundo poderia elevar as exportações do Brasil para ambos os países.

Esse aumento nas exportações aconteceria principalmente nas vendas de produtos primários para o país asiático. No mercado da China, Brasil e EUA disputam na venda de commodities. Por causa da guerra comercial, a competitividade brasileira aumentará por conta da taxação das mercadorias norte-americanas.

O estudo qualificou 23 produtos exportados à China e 33 aos Estados Unidos que teriam maior potencial de aumento da exportação nesses mercados. “Esses produtos commoditizados têm um preço internacional, e as margens de lucro são muito pequenas. Quando a China coloca uma tarifa de 10% ou 20%, a importação a partir dos EUA fica muito cara”, disse Welber Barral, sócio da consultoria Barral M. Jorge. e diretor do departamento de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp.

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Entretanto, para obter esse aumento da competitividade o produto exportado precisa atender a dois critérios:

  • ter registrado um aumento nas exportações no primeiro semestre
  • ter sofrido uma sobretaxação por causa da guerra comercial

Além disso, o item deveria ter somado, entre 2016 e 2018, a média mensal de ao menos US$ 1 milhão em exportações para um dos dois países. Caso esses requisitos se concretizem, a balança comercial brasileira seria beneficiada.

Banco Central promove a rolagem de U$$ 2,75 bilhões

O Banco Central promoveu nesta quarta a venda de contratos de swap cambial  por um valor total de U$$ 2,75 bilhões. Foram realizadas cinco operações em agosto, por um total de U$$ 11,5 bilhões. A venda foi de todos os 11 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em rolagem com vencimento em outubro.

Última cotação do dólar

Na última sessão, terça-feira (6), o dólar encerrou em leve queda de -0,03% sendo negociado a R$ 3,956.

Rafael Lara

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