O dólar fechou o pregão desta sexta-feira (23) em alta de 0,78%, negociado a R$ 5,497, quebrando uma sequência de sete quedas. Apesar disso, a moeda anotou a quarta semana de perdas, acumulando uma queda de 1,59%.
De acordo com a economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, o dólar hoje fechou de maneira oposta à maioria das moedas emergentes.
“Apesar da melhora do cenário externo, com a maioria das moedas emergentes se valorizando, o Real seguiu na contra mão hoje. As incertezas políticas continuam e o cenário aqui ainda é de aversão ao risco”.
Apesar do orçamento ter vindo dentro do esperado, há dúvidas se o teto dos gastos será mesmo cumprido, por isso tem bastante ruído ainda sobre a questão fiscal, explica a economista.
Além disso, fica no radar a CPI da Covid-19 que deve se iniciar na próxima semana. “Essas duas questões, principalmente acabaram pesando sobre o comportamento do dólar aqui no Brasil hoje”, conclui Quartaroli.
Além disso, confira o andamento da moeda durante esta semana:
- Segunda-feira (19): o dólar anotou queda de 0,61%, aos R$ 5,551
- Terça-feira (20): quase estável, a moeda fechou a +0,01%, aos R$ 5,55
- Quarta-feira (21): Feriado nacional
- Quinta-feira (22): a moeda fechou em queda de 1,73%, aos R$ 5,45
Veja também outras notícias importantes do dia:
- Bolsonaro sanciona Orçamento 2021 e veta R$ 20 bilhões
- Mudança climática é risco para o mundo, mas traz oportunidades, diz Yellen
- Brexit pode limitar recuperação econômica do Reino Unido, avalia ING
Orçamento
O presidente da República Jair Bolsonaro sancionou na quinta-feira (22) a lei orçamentária deste ano. O Orçamento 2021 teve veto de R$ 19,7 bilhões, cancelados definitivamente, e bloqueio adicional de R$ 9,3 bilhões em despesas discricionárias, que podem ser liberadas no decorrer deste ano. Os maiores bloqueios foram nos ministérios da Educação (2,7 bilhões), Economia (R$ 1,4 bilhão) e Defesa (R$ 1,3 bilhão).
Somando os cancelamentos e bloqueios, o Orçamento 2021 perdeu R$ 29,1 bilhões em comparação com o projeto aprovado pelo Congresso em março. No entanto, o Executivo já encaminhou ao Congresso projeto de lei de crédito suplementar de R$ 19,768 bilhões que na prática repõe os valores vetados.
EUA
A secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, participou nesta sexta-feira (23) de um evento da Bloomberg, no qual chamou atenção para os riscos da mudança climática para o mundo.
Por outro lado, Yellen também enfatizou “as oportunidades” de negócios que o combate ao problema de mudança climática pode gerar, e destacou o papel importante o setor privado para fazer os investimentos com esse fim.
A secretária do tesouro também ressaltou o papel da política tributária para incentivar essas mudanças. Como exemplo, ela afirmou que o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, almeja “acabar com subsídios” no setor de combustíveis fósseis – ela não citou prazos para isso.
Brexit
A economia do Reino Unido deverá se recuperar em 2021, à medida que restrições motivadas pela covid-19 forem relaxadas, mas discussões comerciais pós-Brexit provavelmente limitarão o crescimento, avalia o ING, após a publicação de dados de atividade (PMIs) britânicos mais animadores.
O PMI composto do Reino Unido subiu de 56,4 em março para 60 em abril, segundo prévia divulgada mais cedo, com a leitura acima de 50 apontando expansão da atividade. No entanto, a pesquisa da IHS Markit também mostrou exportações contidas e custos mais elevados em meio a divergências comerciais ligadas ao Brexit.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quinta-feira (22), o dólar encerrou o pregão em queda de 1,73%, a R$ 5,45.