O dólar hoje acompanhou o humor dos mercados internacionais nesta segunda-feira (21) contaminado pelo pessimismo dos investidores pela manhã e com sinais de maior tranquilidade na parte da tarde.
Na primeira metade do pregão, o dólar hoje chegou a tocar no R$ 5,22, 2% de alta, com o receio sobre o impacto econômico da nova cepa do coronavírus no Reino Unido. Com a informação do primeiro-ministro do país de que a variação do vírus era até 70% mais contagiosa, diversos países fecharam as fronteiras aos britânicos e Londres entrou em lockdown.
De tarde, a divisa norte-americana perdeu fôlego com o ânimo dos investidores com novo pacote de estímulo nos Estados Unidos e com a tentativa de acalmar o mundo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que disse que a nova cepa não deve ter impacto na eficácia das vacinas.
No fechamento do dia, o dólar à vista subiu 0,78%, a R$ 5,1228. No mercado futuro, o contrato futuro do dólar para janeiro fechou em alta de 0,32%, em R$ 5,1170.
Comportamento do dólar
A manhã dos investidores no mercado de moedas foi de nervosismo com o índice dólar (DXY) superando os 91 pontos, nível mais alto em quase duas semanas. Pesou sobre o humor o novo lockdown em Londres e o fechamento das fronteiras, que lembraram o pior momento no início da pandemia.
Isso levou os investidores a procurarem ativos considerados portos seguros, destaca o analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. O iene japonês e o franco suíço também subiram forte, enquanto as moedas de emergentes perderam valor e as bolsas despencaram.
Na segunda metade do dia, as declarações da OMS e a perspectiva de acerto para o pacote fiscal americano, de US$ 900 bilhões (cerca de R$ 4,5 trilhões), que deve ser votado ainda hoje em Washington, por volta das 22h (de Brasília), ajudaram a reduzir o temor.
O índice dólar desacelerou a alta para perto de 90 pontos e o dólar também perdeu força ante moedas emergentes, zerando a alta no México.
“O pacote de estímulo é uma razão a mais para otimismo com 2021”, afirma o economista da Capital Economics, Paul Ashworth, em nota. Ele elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para o ano que vem de 5% para 5,5% por conta do acerto final para o pacote.
O novo pacote de estímulo americano deve despejar ainda mais liquidez nos mercados, o que contribui, junto com outras medidas extraordinárias fiscais e monetárias nos países desenvolvidos, para manter um ambiente de busca por risco, que pode levar o dólar a cair abaixo de R$ 5,00 no final do primeiro semestre de 2021, prevê o banco francês Crédit Agricole. Apesar dos problemas fiscais e estruturais do Brasil colocarem um teto para a melhora do real e do Ibovespa, a instituição vê chance de a busca por risco fazer o real se valorizar mais um pouco. O dólar deve chegar ao final do primeiro trimestre a R$ 5,00 e a R$ 4,75 ao final do segundo período do ano que vem.
(Com Estadão Conteúdo)
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