O dólar permanece em forte alta na tarde desta sexta-feira (11) com reflexos dos dados de inflação dos Estados Unidos no radar do investidor. Às 15h10, a moeda tinha avanço de 1,27%, negociada a R$ 5,11.
Apesar dos últimos dias o câmbio retroceder para próximo da cotação de R$ 5,00, com o acúmulo de queda de 3,81% no mês de maio, o mercado acredita ser mais possível o dólar encerrar 2021 a R$ 5,20 do que a R$ 5,00. Isso porque apesar da bonança das últimas cotações, o cenário brasileiro atual é “muito desafiador”, conforme apontou a economista do banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli.
Hoje, o que movimenta a moeda é a inflação dos EUA que acumulou alta de 5% no período de 12 meses, sendo a maior desde 2008, quando o país passava pela crise do subprime. É válido lembrar que a inflação norte-americana impacta diretamente nos títulos dos EUA (Treasuries) que, por sua vez, influencia na volatilidade do dólar.
“A taxa de câmbio hoje tem mostrado uma alta expressiva, esse movimento se deve aos dados mais fortes de inflação americana que saíram ontem então possível aumento nas treasuries e, consequência de eventual mudança de política monetária nos EUA”, disse Quartaroli.
O que era sonho próximo para o brasileiro, o dólar a R$ 5,00, hoje já está mais distante do que se imagina. Apesar da tendência de queda visto nos últimos pregões, a conjuntura atual do Brasil é desafiadora e, portanto, acredita-se que esse valor não será alcançado ainda este ano.
“Já temos falado que o cenário de forma geral no Brasil está muito desafiador, eu não contaria com a bonança das últimas semanas como uma tendência, achamos muito mais provável o dólar no final do ano próximo dos R$ 5,20 do que abaixo de R$ 5,00 diante dos desafios da conjuntura atual”, concluiu Quartaroli.
Apesar de alta, o dólar já esteve pior, há cerca de um mês a moeda era negociada entre R$ 5,30 a R$ 5,40.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quinta-feira, o dólar encerrou o pregão em leve queda de 0,07%, negociado a R$ 5,06.