O dólar permanece em alta na tarde desta terça-feira (03) com as falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o número de precatórios chegou a R$ 90 bilhões e “extrapolou possibilidade de reservas nossas”.
Por volta das 14h50, o dólar subia 0,87%, negociado a R$ 5,21. O ministro disse que o Estado brasileiro não possui capacidade financeira para pagar todos os precatórios. “Devo, não nego; pagarei assim que puder”, disse Guedes.
Os precatórios citados por Paulo Guedes são os valores devidos a empresas e pessoas físicas após sentença definitiva na Justiça, programados para 2022. Segundo o ministro, propor o parcelamento de parte dessas dívidas em até dez anos não é um calote.
Ele defendeu a proposta desenhada pelo governo, de em 2022 honrar de imediato apenas os precatórios de até R$ 66 mil. O restante seria parcelado ou utilizado como crédito pelos detentores dos direitos. Para precatórios acima desse valor, haverá um regime especial de parcelamento em dez anos.
Além disso, o mercado acompanha também a divulgação do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a nova taxa de juros Selic que será anunciada na quarta-feira (4).
A alta da taxa básica de juros da economia (a Selic) está contratada. O que resta saber é o viés do colegiado sobre o cenário brasileiro no comunicado que vai acompanhar a decisão do comitê do Banco Central nesta quarta.
Para especialistas do mercado, o BC está optando pelo segundo cenário, com a alta da taxa de juros. “A curva de juros já precifica 1%. Mas uma possibilidade é também o BC manter a alta atual de 0,75% com a divulgação de uma ata mais dura”, diz Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos.
Última cotação do dólar
Na última sessão, segunda-feira (2), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,86%, negociado a R$ 5,16.