Em dia de apetite por riscos no exterior, o dólar encerrou as negociações desta segunda-feira (02) com queda de 0,86% frente ao real, cotado a R$ 5,1653 na venda.
A moeda chegou a recuar quase 2% em sua mínima, valendo R$ 5,1147, enquanto o dólar futuro para setembro recuava 1,01%, a R$ 5,1815.
O ajuste da moeda norte-americana nesta segunda também reflete um movimento de realização de lucros, após a cotação ter saltado para R$ 5,2099 na sexta-feira (30), com alta diária de 2,57%.
Internamente, afeta o dólar a expectativa dos investidores em relação à reunião do Copom nesta semana. Analistas afirmam que a aposta em uma alta mais pronunciada da taxa Selic, de 1%, e a possibilidade de maior atração de capital estrangeiro, levou à antecipação de venda da moeda.
A taxa Selic mais gorda aumenta a atratividade da renda fixa brasileira e pode estimular os exportadores a internalizar mais recursos.
Também conta a favor do real a possibilidade de aumento do fluxo externo de recursos para ofertas de ações na B3. O IPO da Raízen (RAIZ4) nesta terça-feira (03) pretende captar cerca de R$ 10 bilhões, e uma parte desse valor deve vir em dólar, já que fundos internacionais representam uma parcela grande da captação.
Notícias que movimentaram o dólar hoje
Algumas notícias importantes que influenciaram o pregão:
- Projeção para dólar em 2021 passa de R$ 5,09 para R$ 5,10, diz Focus;
- Reunião do Copom começa nesta terça, para definir nova taxa de juros;
- Fraqueza do dólar no exterior favorece real.
Projeção para dólar em 2021 passa de R$ 5,09 para R$ 5,10, diz Focus
O Boletim Focus desta segunda-feira (2) indicou uma leve variação para cima no cenário do dólar ao final de 2021. A mediana das expectativas para o câmbio saiu de R$ 5,09 para R$ 5,10. Um mês atrás a cotação para a moeda norte-americana estava em R$ 5,04.
Para 2022, a projeção do dólar permaneceu em R$ 5,20, mesmo valor de quatro relatórios atrás.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.
Reunião do Copom começa nesta terça, para definir nova taxa de juros
O Banco Central define esta semana o novo valor da taxa Selic para os próximos 45 dias. O mercado aposta em uma aceleração na alta dos juros em agosto, depois que a prévia da inflação de julho veio acima do esperado.
A expectativa é que a taxa tenha uma alta de 1 ponto percentual, chegando a 5,25%. Com isso, o mercado interno passa a ser mais atrativo para os estrangeiros, visto que na última semana o Federal Reserve (banco central dos EUA) manteve inalterada, entre 0 e 0,25%, a taxa básica de juros do país.
Fraqueza do dólar no exterior favorece real.
No exterior, o dólar apresentou fraqueza generalizada neste início de semana, após o Fed reafirmar na semana passada que não tem pressa para voltar a endurecer sua política monetária.
O tom regulatório mais ameno da China e a sinalização de uma postura de suporte ao crescimento do país ajudavam a sustentar os ativos de risco na sessão de hoje, o que também contribuiu para a queda do dólar frente ao real.
Paralelamente, dados promissores da zona do euro estão ajudando a reduzir temores sobre o impacto da variante Delta — ainda mais transmissível — do coronavírus na economia global.
Fechamento do câmbio hoje
Além do dólar comercial, confira a cotação das principais moedas hoje:
- Euro: -0,78% aos R$ 6,13
- Libra: -0,92%% aos R$ 7,17
- Bitcoin: -1,82% aos R$ 203.108,23
- Dólar turismo: -0,75% aos R$ 5,32
Cotação anterior do dólar, na sexta (30)
No último dia de julho, o dólar encerrou em forte alta de 2,57%, negociado a R$ 5,21. Com o resultado, a moeda acumulou alta de 4,76% no mês. No ano, tem queda de 0,42%.
Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters.