Dólar sobe por cautela externa e de olho em dados locais
O dólar opera em alta na manhã desta quinta-feira, 25, espelhando a cautela internacional e o risco fiscal em meio a expectativas por dados de arrecadação em junho no País. Investidores olham o IPCA-15 de julho, que subiu 0,30%, vindo acima da mediana das estimativas do mercado (0,23%) e perto do teto do intervalo (0,11% a 0,35%).
No câmbio, o real segue cedendo em linha com seus pares emergentes, principalmente peso mexicano, rand sul africano e lira turca que caem mais, em manhã de valorização persistente do iene frente o dólar e de queda de commodities. O recuo dos juros dos Treasuries fica em segundo plano.
Na China, houve um novo corte inesperado de juros pelo banco central hoje, mas não ajuda as commodities e nem as moedas emergentes. Ainda ecoam nas bolsas asiáticas, sobretudo na de Tóquio, e nas europeias a repercussão negativa de balanços em Nova York ontem, sobretudo de Tesla e Alphabet, mas também os números de outras empresas não ajudam, como IBM e Ford.
No Japão, o índice Nikkei da bolsa japonesa tombou 3,28% e entrou em território de contração depois de acumular perdas de mais de 10% desde a máxima histórica que atingiu em 11 de julho. No radar estão ainda especulações de intervenção do Banco do Japão no câmbio para apoiar o iene e de possível aumento de juros em reunião monetária na próxima quarta-feira.
Na agenda interna, estão sendo avaliados ainda os dados de déficit na conta corrente no Brasil em junho. O salto ficou negativo em US$ 4,029 bilhões e foi pior que a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que projetava rombo de US$ 3,300 bilhões. As estimativas do mercado, todas de déficit, variavam de US$ 6,300 bilhões a US$ 1,200 bilhão, informou o Banco Central. Em maio, houve déficit de US$ 3,400 bilhões.
Já a entrada de Investimentos Diretos no País (IDP) somou US$ 6,269 bilhões em junho, O acima do teto das expectativas da pesquisa Projeções Broadcast, cujo intervalo ia de US$ 1,300 bilhão a US$ 5,200 bilhões. A mediana da pesquisa era de US$ 3,300 bilhões. Em junho de 2023, o montante havia sido de US$ 1,950 bilhão. Em maio deste ano, o fluxo de IDP foi positivo em US$ 3,023 bilhões. A entrada de IDP soma US$ 36,504 bilhões em 2024, até junho. No acumulado dos últimos 12 meses, o montante é de US$ 70,325 bilhões, o equivalente a 3,15% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para os números de arrecadação (10h30), o mercado prevê que a receita do governo com impostos e contribuições federais tenha atingido R$ 205,550 bilhões em junho (mediana), após R$ 202,979 bilhões em maio. As estimativas para esta leitura variam de R$ 193,70 bilhões a R$ 218,20 bilhões.
Lá fora, os dados do PIB e do PCE no segundo trimestre são os destaques da agenda do dia e serão publicados no mesmo horário que os pedidos semanais de auxílio-desemprego e das encomendas de bens duráveis em junho (9h30).
Às 9h24, o dólar à vista subia 0,10%, a R$ 5,6604.
O dólar para agosto ganhava 0,11%, a R$ 5,6660.
Com Estadão Conteúdo