Após um pico na última sessão onde chegou a ultrapassar os R$ 4, o dólar finalizou a sessão em queda após a definição da comissão especial da reforma da Previdência. Nesta sexta-feira (26), a moeda reverteu a situação e iniciou o pregão em alta.
Por volta das 9h10, o dólar registrava uma alta de 0,20% sendo negociado a R$ 3,964. A moeda norte-americana opera sobre a insegurança do mercado em relação a reforma da Previdência e a declaração do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, sobre as medidas da instituição para conter a alta do câmbio.
Reforma da Previdência
Após a aprovação da reforma da primeira fase de tramitação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da última terça-feira (23), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criou a Comissão Especial.
Embora a reforma tenha esfriado o mercado e dado insegurança aos investidores por conta da perda da “gordura” do texto, a formação da Comissão Especial, que analisará o conteúdo da proposta, deu uma luz ao mercado, fazendo o dólar cair após o pico de R$ 4.
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Esta comissão foi criada na última quarta-feira (25), no entanto, apenas na última quinta-feira (26) foi divulgado o relator e o presidente da PEC. A segunda fase da tramitação da reforma será composta por 37 deputados, indicados pelos líderes de cada partido. A Comissão será presidida pelo deputado Marcelo Ramos (PR-AM) e relatada pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
Nesta fase, é avaliado o mérito da proposta. Nela os deputados apresentam alterações e acréscimos ao projeto original, feito pelo governo. No entanto, qualquer mudança deverá ser proposta por meio de emeda, que deverão ser aprovadas na comissão por votação.
Agora, o mercado aguarda as novas movimentações sobre a Previdência, principalmente em relação aos deputados que vão compor a Comissão Especial.
Possíveis intervenções do Banco Central
O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, declarou nesta quinta-feira (25) que entender o ambiente econômico do país é dever do BC e que ele deve buscar a “forma mais eficiente de intervenção” no dólar.
Durante a abertura do 4º Compliance and Business Day Abracam (Associação Brasileira de Câmbio) em São Paulo, Bruno Serra afirmou que não existe “preconceito em relação a utilização de qualquer instrumento, quando e se as condições para tal estiverem presentes”, se referindo à medidas que podem ser tomadas para conter a regularidade do câmbio.
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De acordo com o diretor de Política Monetária, a instituição tem três instrumentos de intervenção que podem ser adotados:
- O primeiro deles são os contratos de swap cambial tradicional, que equivale a venda futura de dólares. Por ser uma espécie de compra da moeda, acaba interferindo no preço do ativo no mercado à vista;
- O segundo é a oferta de linhas de dólar, onde o o Banco Central realiza a venda da moeda com compromisso de recompra
- O terceiro é o leilão de dólar, das reservas internacionais, no mercado à vista, conhecido como “spot” e que não possuem compromisso de recompra.
Última cotação
Após atingir os R$ 4 pela primeira vez no ano, o dólar foi afetado pela criação da Comissão Especial da reforma da Previdência. Na última sessão, na quinta-feira (25), a moeda recuou -0,758% sendo negociada a R$ 3,9561.