O dólar registrou mínima a R$ 5,5522 (baixa de 0,74%) no mercado à vista há pouco. A ampliação da baixa ocorre após venda integral de US$ 500 milhões em swap novo e de um enfraquecimento do índice DXY do dólar ante seis divisas fortes, que passou a exibir viés de baixa, além das perdas também da moeda norte-americana ante grande parte das divisas emergentes e ligadas a commodities pares do real, como peso mexicano, afirma o economista Alexandre Almeida, da CM Capital Markets.
No entanto, para ele, o cenário fiscal continua muito nebuloso e limita a queda, que compensa somente uma parte da forte alta de ontem. Às 10h40 desta quarta, o dólar à vista caía 0,28%, a R$ 5,55. O dólar futuro de novembro subia 0,02%, a R$ 5,5995.
“O dólar pode voltar a incomodar. O mercado quer saber o valor do Auxílio Brasil e quanto deve extrapolar o teto de gastos. A votação da PEC dos precatórios em comissão especial da Câmara é condição necessária para ter recursos para financiar parte do Auxílio Brasil. Mas a outra fonte de recursos para o programa social, que é o projeto de reforma do imposto de renda, continua sem previsão de votação”, comenta Almeida.
Os investidores operam sob persistente cautela fiscal em dia de votação da PEC dos precatórios em comissão especial da Câmara e diante dos sinais de que a solução política em discussão para o Auxílio Brasil, substituto turbinado do Bolsa Família, pode extrapolar o teto de gastos muito além do imaginado anteriormente. No exterior, o índice DXY, que compara o dólar ante seis moedas fortes, mostra alta moderada, enquanto a divisa americana recua ante grande parte das moedas emergentes e ligadas a commodities.
Os investidores devem monitorar ainda a apresentação do relatório da CPI da Covid no Senado, que deve resultar em 11 crimes contra o presidente Jair Bolsonaro – e 72 pedidos de indiciamento. A votação do relatório está prevista para a próxima quarta-feira, dia 27. Caso aprovadas pela CPI, as propostas de indiciamento devem ser encaminhadas ao Ministério Público, à Câmara dos Deputados e até ao Tribunal Penal Internacional, em Haia (Holanda), para que se promova a eventual responsabilização civil, criminal e política dos acusados.
Última cotação do dólar
Na última sessão, terça-feira (19), o dólar encerrou o pregão em alta de 1,33% , negociado a R$ 5,59.
(Com informações do Estadão Conteúdo)