O dólar opera em queda nesta quinta-feira (8) com dados alarmantes da maior economia da Europa, disputa comercial e reforma da Previdência no radar.
Por volta das 9h15, o dólar registrava queda de -0,473% sendo negociado a R$ 3,9556. O mercado está atento ao desdobramento da guerra comercial entre as duas maiores economia do mundo que tem afetado a economia global, como a da Alemanha.
Além disso, segue no radar dos investidores, a reforma da Previdência e os destaques rejeitados, e a disputa comercial que poderá beneficiar o Brasil.
Maior economia da Europa contraí no segundo trimestre
De acordo com a pesquisa da Agência de Estatísticas, a produção industrial da Alemanha caiu mais do que o esperado em junho. Conforme os analistas, essa queda é resultado da fraqueza em bens de capital e intermediários.
A produção industrial registrou queda de -1,5% em comparação com o mês anterior, valor muito maior do que a estimativa de 0,4%. Por sua vez, no segundo trimestre a produção caiu 1,8%.
Segundo o economista, Bankhaus Lampe Alexander Krueger, o recesso contínuo é alarmante. “A queda na produção é assustadora”, afirma Kruguer.
Além disso, os analistas reiteram que essa queda inesperada foi intensificada com a disputa comercial entre os Estados Unidos e China, os países são grandes destinos de exportação da Alemanha.
Guerra comercial
O Banco Central da China decidiu na última segunda-feira (5) desvalorizar o yuan em seu menor nível desde 2008. A decisão da autoridade central monetária chinesa foi em resposta aos impostos alfandegários decididos pelo governo dos Estados Unidos.
A moeda da China superou a marca de 7 yuan por dólar pela primeira vez desde 2008. A decisão do Banco Central chinês gerou uma onda de vendas na Bolsa de Valores de Nova York. Os principais mercados globais também foram afetados pela medida, fechando em negativo.
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Nesta quinta-feira, o Banco decidiu fixar a negociação do yuan em 7,00039 por dólar, esse valor é equivalente a uma queda de -0,06% em comparação com a última quarta-feira (7).
A decisão do Banco Central de Pequim é mais um capítulo na guerra comercial com os EUA. O governo chinês quer tentar anular o efeito dos novos impostos alfandegários decididos pelos Estados Unidos. Essa alteração no câmbio poderia provocar novas retaliações por parte de Washington.
Disputa comercial poderá beneficiar o Brasil
A continuidade da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pode elevar as exportações do Brasil para ambos os países. A informação foi divulgada em um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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Esse aumento nas exportações aconteceria principalmente nas vendas de produtos primários para o país asiático. No mercado da China, Brasil e EUA disputam na venda de commodities. Por causa da guerra comercial, a competitividade brasileira aumentará por conta da taxação das mercadorias norte-americanas.
Reforma da Previdência
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno o texto-base da reforma da Previdência na noite da última terça-feira (6). Foram 370 votos a favor, 124 contra e uma abstenção.
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Na última quarta-feira (7), o presidente Rodrigo Maia convocou reunião para discutir os destaques. Foram rejeitados oito destaques, propostas que almejavam retirar pontos do texto-base, aprovado na última madrugada. A reforma da Previdência é considerada pelo governo como essencial para a recuperação das contas públicas.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quarta-feira (8), o dólar encerrou em alta de 0,48%, cotado a R$ 3,975.