Dólar fecha a R$ 3,885, na quarta alta consecutiva
O dólar encerrou em alta nesta quinta-feira (7) na B3 (BM&F Bovespa).
Afetado tanto pelo cenário interno, como o externo, o dólar fechou a sessão com a cotação de R$ 3,885 na venda. Esta é a quarta ascensão consecutiva, e o maior fechamento desde 27 dezembro (R$ 3,894).
Sem progresso na votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência, além da decisão do Banco Central Europeu, de adiar para 2020 a primeira alta de juros pós-crise, o dólar obteve valorização.
Confira abaixo o fechamento do euro e da libra esterlina:
- Euro: alta de 0,053% a R$ 4,3452
- Libra esterlina: alta de 0,393% a R$ 5,0783
O Banco Central (BC) vendeu 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim, rolou US$ 1,450 bilhão dos US$ 12,321 bilhões que vencem em abril.
Saiba mais – Previdência: Instalação da CCJ na Câmara deve ocorrer após carnaval
Saiba mais – Bolsonaro volta a dizer que militares serão inclusos na reforma da Previdência
Reforma da Previdência precisa de CCJ
A PEC da reforma da Previdência precisa que uma Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seja estabelecida para, então, seguir ao plenário da Câmara dos Deputados.
Apesar do PSL já ter indicado Felipe Francischini para presidir a CCJ, não há sessão convocada para a instalação da CCJ, pois ainda não foram indicados todos os componentes do colegiado.
O presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), havia afirmado em 25 de fevereiro que a instalação da CCJ ficaria para depois do Carnaval.
Na véspera, Felipe Francischini afirmou ao “G1” que caso a CCJ não seja instalada na próxima semana, a votação da PEC da reforma da Previdência ficará para o próximo semestre.
“O presidente Rodrigo Maia me disse que instalação [da CCJ] deve ser entre terça [12] e quarta [13]. Ainda estamos esperando as indicações dos líderes para a comissão. Se não instalar na semana que vem, acho difícil que o texto final da reforma seja votado no plenário ainda no primeiro semestre. A CCJ vai ser o grande termômetro“, afirmou o futuro presidente da comissão.
Assim que instalada a CCJ da Câmara, e a PEC for aprovada pela comissão, a proposta será votada pelos deputados. Serão necessários 308 de 513 votos para que a PEC siga ao Senado.
Saiba mais – Previdência: 3 impactos da não aprovação da reforma para a economia
Após aprovada pela CCJ do Senado, o texto é votado pelos senadores, dos quais são necessários 49 de 81 votos para a Casa aprovar a PEC.
O mercado está desanimado com o andamento da votação da PEC. Para somar ao desânimo, declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, acerca de possíveis mudanças no texto, antes mesmo de ser votado, também deixam os investidores em estado de alerta.
Jair Bolsonaro afirmou, em 28 de fevereiro, que pode negociar alguns pontos da reforma da Previdência.
A declaração foi feita em uma reunião com jornalistas. No entanto, entre os pontos negociáveis está a idade mínima para aposentadoria de mulheres que passaria de 62 para 60 anos.
Além disso, o presidente ainda afirmou que poderão ser realizadas concessões no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Dessa forma, o benefício que é pago aos idosos, deficientes de baixa renda e no percentual de pensão por morte, passaria de 60% para 70%.
“Eu acho que dá para cortar um pouco de gordura e chegar a um bom termo”, disse o presidente.
Banco Central Europeu
O Banco Central Europeu adiou, nesta quinta, para 2020 a primeira alta de juros pós-crise. Além disso, ofereceu aos bancos novas rodadas de empréstimos.
O BCE disse que as taxas de juros permanecerão nas mínimas recordes ao menos até o final deste ano.
Última cotação
O dólar encerrou na quarta-feira (06) em alta de 1,47%, negociado a R$ 3,836.
