O dólar e o euro operam em alta nesta segunda-feira (21) nos primeiros minutos da B3 (BM&F Bovespa).
A alta das moedas indica otimismo do mercado com a apresentação do presidente da República, Jair Bolsonaro, no Fórum Econômico Mundial (FEM) em Davos, na Suíça.
No evento, o presidente ressaltará a importância da reforma da Previdência no Brasil.
Às 9h06, o dólar subia a:
- Dólar: alta de 0,36% a R$ 3,7637
- Euro: alta de 0,43% a R$ 4,2820
- Libra: alta de 0,19% a R$ 4,8392
Saiba mais – Dólar tem leve alta e fecha a R$ 3,76 nesta sexta-feira
O dólar e o cenário interno
Dados da reforma da Previdência foram entregues a Jair Bolsonaro, na última quinta-feira (17). A informação foi confirmada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, na véspera.
O secretário de Previdência e Trabalho do ministério da Economia, Rogério Marinho, anunciou na sexta-feira (17) que a nova proposta da reforma da Previdência irá ao Congresso Nacional no início de fevereiro.
Será então que o diálogo será aberto com a população e a Imprensa.
Saiba mais – Reforma da Previdência vai ao Congresso em fevereiro, diz secretário
Ainda no cenário doméstico, o caso do filho do presidente ganha cautela do Palácio do Planalto, que teme uma crise de governo.
O senador eleito Flávio Bolsonaro foi mencionado em ampliação do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
No relatório, foi constatada uma movimentação atípica na conta bancária do ex-deputado. Dentre junho e julho de 2017, Flávio Bolsonaro recebeu R$ 96 mil, fracionados em depósitos de R$ 2 mil.
O fato do valor ter sido dividido levantou suspeitos do COAF.
A ampliação do relatório, somada ao pedido de suspensão da investigação de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, elevam as suspeitas sobre Flávio Bolsonaro, apesar de não ser investigado,
Fabrício Queiroz foi mencionado no relatório do COAF pela movimentação atípica de R$ 1,23 milhão. Na época, o rendimento do assessor era de R$ 23 mil.
O Palácio do Planalto já toma medidas para evitar uma crise de governo.
Saiba mais – Flávio Bolsonaro obteve 48 depósitos suspeitos em sua conta, aponta COAF
Saiba mais – Caso de Flávio Bolsonaro suscita cautela em Planalto
O dólar e o cenário externo
O Fórum Econômico Mundial (FEM) acumula as atenções do mercado durante essa semana. O evento na Suíça possui as premissas:
- o diálogo é crítico e deve ser baseado em múltiplas partes interessadas;
a globalização deve ser responsável e responder aos interesses regionais e nacionais; - a coordenação internacional deve ser alavancada na ausência de cooperação multilateral;
- enfrentar os maiores desafios globais requer esforços colaborativos de empresas, governo e sociedade civil;
- o crescimento global deve ser inclusivo e sustentável.
Jair Bolsonaro embarcou à Davos no último domingo (21), e deve chegar na cidade durante a tarde. O voo do presidente deve fazer escala na Espanha.
Os objetivos principais de Bolsonaro durante o evento são:
- destacar a importância da reforma da Previdência Social para as contas públicas;
- e buscar ampliar as exportações brasileiras , demonstrando que há ambiente favorável para negócios.
Até que Bolsonaro retorne, o vice general Hamilton Mourão assume a presidência.
Os ministros que acompanharam o presidente na viagem são:
- Paulo Guedes (Economia);
- Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública);
- Ernesto Araújo (Relações Exteriores);
- Augusto Heleno (GSI);
- e Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência).
O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, não participará do FEM.
No último sábado (19), o líder norte-americano propôs estender a proteção aos imigrantes, em troca de orçamento maior para construção do muro na fronteira com o México.
Em troca de aprovação de verba para o muro, Trump oferece:
- apoiar uma legislação que protege por três anos jovens imigrantes (dreamers);
- estender o prazo para portadores de status temporários;
- US$ 800 milhões para assistência humanitária;
- US$ 805 milhões para detecção de drogas; construção de “uma barreira com 230 milhas, ao custo de US$ 5,7 bilhões”;
- 75 novos juízes de imigração.
A paralisação parcial do governo, conhecida como shutdown, já é a mais extensa da história dos EUA, com 21 dias.
Saiba mais – Trump negocia estender proteção aos imigrantes em troca de verbas para muro
A negociação acerca do muro não tem encontrado consenso entre o presidente e a oposição. O mercado segue atento à pauta.
Do mesmo modo, os investidores prestam atenção na conjuntura do Brexit.
Em paralelo, no continente europeu, está previsto para hoje que a primeira-ministra, Theresa May, apresente um novo plano para o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia.
No pregão da última sexta-feira (18), o dólar valorizou 0,224% e fechou a R$ 3,7559 na venda. Enquanto isso, o euro caiu 0,042% a R$ 4,2696 e a libra baixou 0,674 %, a R$ 4,8354.