Em relatório divulgado nesta terça-feira (20), o BTG Pactual manteve a sua recomendação de compra para as ações da Vale (VALE3) listadas na Bolsa de Nova York, que são negociadas por meio de “American Depositary Receipt” (ADR) nos Estados Unidos.
O preço-alvo para a ação da Vale em Nova York é de US$ 19, o que representaria uma valorização de 39,4% em relação à cotação final desta segunda-feira (19).
Para os analistas do BTG, as ações da Vale se encontram com uma boa relação risco retorno no momento, e o preço atual do papel já está refletindo a totalidade dos seus riscos associados.
Os especialistas destacam o momento de dificuldades que a Vale passou nos meses anteriores, com os ruídos em relação à presidência da companhia. Isso porque o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, queria que Guido Mantega assumisse como CEO da mineradora, algo que não foi bem visto pelo mercado.
O episódio gerou mais volatilidade para o preço da ação da Vale, aumentando também o seu risco na época. Apesar de Guido Mantega parecer descartado, algumas questões sobre a definição do CEO ainda preocupam os analistas do BTG.
A casa cita a divisão que supostamente existe entre os integrantes do conselho de administração da companhia sobre o novo CEO da Vale. “Isso sugere um cenário mais desafiador na empresa”, dizem os especialistas.
O que esperar dos dividendos da Vale?
No que se refere à distribuição de dividendos da Vale, os analistas enxergam que a companhia deve ter uma maior cautela no pagamento de proventos extraordinários, sobretudo por conta de sua dívida de US$ 15 bilhões.
“Acreditamos que a Vale poderia limitar dividendos extraordinários no curto prazo, até que haja mais visibilidade sobre essas saídas”.
Tendo como base os resultados da Vale no 4T23, a expectativa é de que a empresa divulgue somente dividendos mínimos de aproximadamente US$ 2,7 bilhões, correspondendo a um retorno semestral de 4,6%.
Para o segundo semestre deste ano, a projeção dos analistas é de que a Vale distribua dividendos extraordinários na casa dos US$ 4 bilhões, o que equivaleria a um dividend yield de 14,4% sobre o preço da ação para 2024.