Santander recomenda Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Banco do Brasil (BBAS3) em carteira de dividendos; CPFL (CPFE3) ganha mais peso
O Santander anunciou, nesta sexta-feira (1º), alterações na composição de sua carteira de dividendos recomendados para março. Os analistas do banco aumentaram o peso da CPFL Energia (CPFE3), de 8% para 9%, e reduziram o da SLC Agrícola (SLCE3), de 10% para 9%. O banco manteve a Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Banco do Brasil (BBAS3) na carteira.
Em relação ao aumento de posição da CPFL, o banco acredita que a empresa é uma boa opção para os próximos meses pois possui um posicionamento defensivo, geração estável de fluxo de caixa, baixa exposição aos preços de energia e diversificação de portfólio.
Em relação aos dividendos, o Santander estima que a CPFL entregue um forte dividend yield de 8,6% nos próximos três anos.
Apesar da redução da SLC Agrícola, o banco elevou o preço-alvo para R$ 25 (vs. R$ 23), mantendo recomendação de compra para as ações. A equipe do Santander reduziu as estimativas de rendimentos (yields) de arrendamento de 5% para 3% e distribuição de retorno sobre as áreas arrendadas aos operadores para 40% (45% estimado anteriormente).
Entre as ações mantidas destacam-se a Vale, que é top pick da instituição no setor de Siderurgia & Mineração, diante da preferência por minério de ferro frente ao aço. “Também estamos satisfeitos em ver a Administração da Vale anunciar outro dividendo sólido de US$ 2,4 bilhões (dividend yield de 4%), que é quase o valor total de FCL (Fluxo de Caixa Livre) gerado no 4T23.”
Sobre o Banco do Brasil, os analistas da casa avaliam que o risco de interferência política é menor do que o mercado considera, dada a melhoria dos padrões de governança corporativa do banco.
Referente a outra estatal, a Petrobras, o banco projeta que os resultados sólidos devem continuar a ser impulsionados pelo foco em Exploração & Produção (E&P), favorecidos pelas operações do pré-sal e margens de refino positivas. Além disso, o capex sob controle deverá manter a dívida bruta abaixo de US$ 65 bilhões, com alavancagem contida, permitindo assim um elevado pagamento de dividendos.
Dividendos: veja a carteira do Santander
- Banco do Brasil (BBAS3): 11%
- Itaú Unibanco (ITUB4): 10%
- Cury (CURY3): 8%
- Eletrobras (ELET6): 10%
- CPFL Energia (CPFE3): 9%
- Petrobras (PETR3): 12%
- Santos Brasil (STBP3): 8%
- SLC Agrícola (SLCE3): 9%
- Telefônica (VIVT3): 10%
- Vale (VALE3): 13%
Dividendos da Petrobras (PETR4) estão em risco?
Nesta semana o mercado penalizou drasticamente os papéis da Petrobras (PETR4) por conta de declarações do atual CEO, Jean Paul Prates, falando em “cautela” com os proventos e citando metas substancialmente relevante em termos de geração de receita com energia renovável.
As declarações, a uma semana de divulgação do resultado da petroleira, assustaram o mercado – ainda mais levando em consideração as grandes expectativas de que sejam anunciados dividendos extraordinários da Petrobras junto com o balanço.
“Isso gera uma preocupação porque historicamente, quando a Petrobras sai do seu core business, não performa muito bem. O que ela fez de muito bom foi distribuir os seus lucros de forma relevante”, observa Tiago Reis, fundador e chairman da Suno.
“A política atual é 45% da geração de caixa ao ano, que pra mim deveria ser o mínimo. A tendência é que seja mais do que isso. A condição da Petrobras é de gerar cerca de R$ 8 por ação em caixa, implicando em cerca de R$ 4 por ação. Pra uma ação de R$ 40, é cerca de 10% de dividend yield, mas é daí pra cima, podendo ser de 15% a 20%”, completa.
Sobre as declarações de Prates acerca das metas ambiciosas de energia renovável, que podem impactar nos dividendos, Tiago Reis observa que dificilmente a estatal terá sucesso em entrar em um mercado já muito explorado por players bem estabelecidos com uma expertise prévia.