Os dividendos são frequentemente um atrativo para investidores – especialmente pessoa física – selecionarem ações na hora de investir, de olho em um possível incremento da renda passiva.
Na bolsa brasileira, com o Ibovespa tendo grande participação de bancos e companhias de commodities, algumas companhias pagam dividendos polpudos, principalmente no comparativo com mercados estrangeiros.
Além disso, companhias elétricas e frigoríficos também mostram distribuições de proventos relativamente grandes.
A seguir, um ranking das cinco maiores pagadoras de dividendos, segundo dados atualizados do Status Invest. Foram consideradas somente empresas que integram o Ibovespa, o maior índice da bolsa de valores brasileira.
Vale destacar que, tal como a rentabilidade, os proventos altos não são necessariamente garantia de distribuições futuras.
O dividend yield (DY), indicador utilizado para o ranking, mensura a proporção entre a distribuição de dividendos dos últimos 12 meses ante a cotação atual das ações. (Ex: PETR3, com 43% de yield ficou de fora da lista)
Maiores pagadoras de dividendos do Ibovespa
- Petrobras (PETR4): 48%
- Marfrig (MRFG3): 22%
- Companhia Siderúrgica Nacional, ou CSN (CSNA3): 21%
- CSN Mineração (CMIN3): 20%
- Unipar (UNIP6): 16%
Empresas que tiveram mais de uma ação no ranking tiveram somente a com o maior DY considerado
Petrobras
Com saúde financeira melhorada nos últimos anos, a Petrobras (PETR4) incrementou seu caixa com vendas de ativos, surfou altas do petróleo e melhorou substancialmente a dinâmica de endividamento.
Foram R$ 14,80 pagos por ação preferencial no acumulado dos últimos 12 meses, praticamente metade do preço do papel, na casa dos R$ 30.
Além disso, as ações ordinárias (PETR3) foram deixadas de fora do ranking pelo critério de manter somente uma ação por empresa, porém também tiveram a mesma distribuição, de R$ 14,80 por ação.
“A Petrobras adotou uma estratégia de suspensão do pagamento de dividendos entre 2015 e 2018, devido ao objetivo de reduzir a sua elevada dívida acumulada até então. Os pagamentos retornaram a partir de 2018 e vem crescendo gradualmente”, explica a XP sobre a dinâmica de pagamentos da empresa.
“Entretanto, em novembro de 2021, a Petrobras anunciou uma nova política de dividendos. Ela estabelece um dividendo mínimo anual de US$ 4 bilhões para exercícios fiscais em que os preços médios do Brent se situarem acima de US$ 40/bbl. Os dividendos da companhia são distribuídos trimestralmente e o pagamento é definido pela seguinte lógica: 60% da diferença entre fluxo de caixa das operações e investimento, uma vez que a dívida seja inferior a US$ 65 bilhões”, completa.
A casa projeta uma queda do yield para 30% neste ano de 2023, porém com cerca de 65% entre 2024 e 2027.
Marfrig
A companhia do segmento de frigoríficos mostra um yield de 22,2% com uma cifra de R$ 1,66 pagos por ação ordinária nos últimos 12 meses.
A Marfrig (MRFG3) reportou R$ 634 milhões de prejuízo líquido no primeiro trimestre deste ano, em resultados vistos como “mistos”.
Analistas do Santander destacaram que o cenário atual pode representar uma eventual ‘seca’ no pagamento de dividendos da Marfrig daqui para frente.
A ‘virada’ do ciclo do boi nos EUA foi um dos pontos citados que impactou margens da empresa. A expectativa é que a Marfrig veja alguma melhora operacional somente no segundo semestre.
CSN
A companhia pagou R$ 2,92 em dividendos por ação ordinária nos últimos 12 meses, com 21% de yield.
O último pagamento de proventos da CSN foi aprovado no início de maio, sendo de R$ 1,55 bilhão em dividendos referentes ao exercício do ano anterior.
No fim de março, controladores que estavam em discussões entraram em um acordo sobre suas participações na companhia e se comprometeram a votar a favor de um pagamento R$ 2,3 bilhões em dividendos.
O imbróglio, aliás, envolve disputas judiciais entre a família controladora da Vicunha – holding que está acima da CSN e tem sob seu guarda-chuva outras holdings de familiares do CEO, Benjamin Steinbruch.
CSN Mineração
Sendo uma empresa quase que 80% detida pela CSN, a CSN Mineração (CMIN3) pagou R$ 0,91 por ação nos últimos 12 meses, representando um yield de 20% – dado o preço de R$ 4,50 das ações.
As distribuições de proventos da companhia tendem a seguir a mesma dinâmica da sua controladora. A última distribuição foi em maio, no mesmo dia da CSN, com pagamento de Juros sob Capital Próprio (JCP) pagos na mesma distribuição de rendimentos.
Unipar
A última companhia do ranking pagou R$ 13,13 em dividendos por ação nos últimos 12 meses, representando yield de 16%, dado o preço de R$ 77 por ação.
A última movimentação dos proventos da Unipar foi em meados de abril, com aprovação de uma distribuição de R$ 192 milhões aos acionistas.
Além dos dividendos, a companhia também chamou atenção do mercado com uma oferta pela fatia da Braskem (BRKM5) recentemente, disputando a petroquímica com a gestora Apollo e a ADNOC, de Abu Dhabi.
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