Dividendos da Petrobras (PETR4) foram ‘barrados internamente’

Em relatórios recentes, analistas de sell-side passaram a detalhar a frustração dos dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4) que não foram anunciados junto com o balanço trimestral na última semana – fato que provou uma retração de mais de 10% nas ações da petroleira, uma perda de R$ 55 bilhões de valor de mercado.

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Segundo analistas do Itaú BBA, o conselho executivo da Petrobras propôs um pagamento extraordinário de dividendos no valor de US$ 4,4 bilhões, mas o proposta foi rejeitada pelo conselho de administração.

“Durante a teleconferência de resultados, Jean Paul Prates, CEO da empresa, forneceu mais informações sobre o processo de votação no conselho de administração e da reunião de diretores. Ele destacou que a diretoria executiva sugeriu destinar 50% do lucro excedente para a reserva de remuneração de capital e distribuindo os 50% restantes como dividendos extraordinários (em linha com a nossa previsão e consenso de lucros)”, diz a casa.

“No entanto, o maioria do conselho de administração votou contra a distribuição, optando por destinar 100% do esses recursos para a reserva de remuneração de capital”, completa.

A composição atual do conselho de administração da Petrobras é de 11 membros:

  • Presidente do Conselho da companhia (CEO)
  • 5 indicados pelo acionista controlador (Governo)
  • 4 indicados pelos acionistas minoritários
  • 1 eleito pelos funcionários da empresa

Conforme detalhado pelo BBA, o quadro de membros indicados pelo acionista controlador, bem como pelo conselheiro eleito pela Funcionários da Petrobras, votou contra a distribuição extraordinária de dividendos no 4T23.

Os conselheiros indicados pelos minoritários votaram a favor e o presidente da Petrobras se absteve.

O Itaú BBA tem recomendação neutra para as ações da Petrobras. O preço-alvo da casa para PETR4 é de R$ 38, ao passo que os papéis são negociados a cerca de R$ 36 em bolsa.

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Petrobras reteve US$ 9 bilhões

Em seu relatório sobre o cenário dos dividendos da Petrobras, o BTG destacou que são “problemas de caixa em abundância”.

“Depois não anunciar dividendos extraordinários e reter quase US$ 9 bilhões no reserva de capital, a teleconferência da companhia foi centrada nos usos potenciais de esses recursos abundantes. A Administração reiterou que serão utilizados exclusivamente para potencial remuneração aos acionistas”, disse a casa.

“Mas não achamos que isso tenha sido suficiente para aliviar a maioria das preocupações do mercado. Uma compreensão mais profunda dos próximos movimentos do controlador [Governo] e a sua ideia para a estrutura de capital será chave para entender melhor a alocação de capital da petroleira no futuro”, completa.

Atualmente a recomendação do BTG para os papéis da Petrobras é de compra, com preço-alvo de US$ 19 para as ADRs, negociadas em Nova York.

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Eduardo Vargas

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