Investidores têm cada vez mais procurado ativos que ofereçam dividendos regulares – além de terem bons rendimentos. Ações e fundos imobiliários são as opções de renda variável mais lembradas para esta estratégia, mas existe uma opção na renda fixa que também paga rendimentos mensais: é o caso do fundo de investimento em infraestrutura (FI-Infra), que se adaptou recentemente a essa realidade.
Formado por carteira de debêntures incentivadas, o ativo de renda fixa FI-Infra se apresenta hoje com dinâmica de pagamento de dividendos mensais. Os investimentos em infraestrutura são o tema desta semana de 13 a 17 de fevereiro no Suno Notícias, e você pode acompanhar todo o conteúdo da semana neste link.
Gabriel Esteca, sócio da Bocaina Capital, explica que isso permitiu um olhar do investidor como renda para estes ativos, o que já ocorria com os fundos imobiliários, que têm atração semelhante, embora não seja investimento isento de Imposto de Renda como os de infraestrutura.
A Bocaina foi um dos primeiros a ter fundo composto por debêntures de infraestrutura com operação de pagamento mensal. De acordo com Esteca, FI-Infra novos e outros antigos já se moldaram à distribuição regular de dividendos.
O pagamento mensal de rendimento é um diferencial dos fundos de infraestrutura, já que no caso do investimento direto no balcão em debêntures incentivadas os pagamentos de juros e/ou principal são feitos semestralmente ou até em prazos maiores.
Ganhar dividendos mensais com renda fixa
Túlio Machado, head de investimentos em infraestrutura da XP, diz o quanto é importante o investidor dedicar tempo para fazer com que o gestor proporcione o retorno esperado e regular. “Olhar o histórico do gestor, quanto tempo ele faz isso, como tem sido a performance desses fundos que são geridos por ele, é fundamental”, comenta.
Miguel Gomes Ferreira, sócio também da Bocaina Capital, acrescenta que investidores interessados em rendimentos adicionais devem busca gestoras para atender sua estratégia.
“Os papéis são longos para investir em infraestrutura. O FI-Infra é ideal para isso porque é um veículo fechado (ao contrário das ações) que não tem risco de liquidez. A gente se apropria de um papel um pouco mais longo, que paga um pouco mais de prêmio. Os prazos podem variar entre 10 e 15 anos”, explica Ferreira.
“Projetos de infraestrutura têm tarifas ajustadas com uma receita muito bem definida”, segue ele. “É um ótimo veículo para o investidor pessoa física ter exposição a uma classe de ativo que gera renda com bastante constância, com isenção de imposto e risco moderado”. Em sua maioria, o FI-Infra é indexado ao IPCA, mas também há o investimento atrelado ao CDI.
Gabriel Esteca lembra que o valor dos títulos incorpora todo dia provisão dessa remuneração na sua marcação de preço, e isso vai incrementando o patrimônio do fundo de infraestrutura e representa parte dos dividendos mensais.