Dividendos da JBS (JBSS3) podem cair? BTG corta preço-alvo das ações em 12,5%
O BTG Pactual (BPAC11) divulgou um relatório com suas perspectivas para a JBS (JBSS3). O documento foi divulgado ao mercado após reunião com a administração da empresa do setor de alimentos, contando com a atualização do preço-alvo para suas ações e as perspectivas para o pagamento de seus dividendos.
No ano de 2019, a JBS implementou uma política de gestão de liquidez, visando manter o índice de alavancagem da empresa entre 2 e 3 vezes.
O BTG Pactual aponta que se a alavancagem passar de 3,75 vezes, a JBS não vai pagar dividendos extraordinários. A política implementada pela companhia também estabeleceu uma alavancagem máxima limite de 4,25 vezes.
Assim, com o impacto dos ciclos de proteína nas margens de curto prazo, o BTG acredita que a companhia de alimentos pode ultrapassar temporariamente seus limites de alavancagem ainda em 2023, e que esse fator poderia afetar o pagamento de dividendos da JBS.
Por outro lado, isso não representaria uma grande preocupação de balanço ou de liquidez, sobretudo quando se considera os esforços de gestão de passivos que foram empreendidos nos últimos anos.
“Em última análise, o ponto de equilíbrio do FCF de aproximadamente US$ 3 bilhões parece estar ao alcance, mesmo em um ciclo de baixa. Nós também acreditamos que a diversificação da JBS deve começar a dar frutos em breve”, diz o BTG.
Nesse caso, a disciplina de alocação da JBS poderia tornar suas ambições de crescimento menos prioritárias no momento. Apesar do crescimento inorgânico ser parte fundamental da estratégia da companhia, o BTG acredita que com um foco particular na expansão de sua exposição ao negócio downstream FPP, qualquer plano de expansão mais agressivo da JBS deve ser postergado por enquanto.
BTG corta preço alvo-alvo das JBS em 12,5%
O BTG recomenda a compra das ações da JBS, mas revisou para baixo o preço-alvo dos papéis em 12,5%, passando de R$ 40 para R$ 35.
Além disso, os analistas da casa reduziram suas expectativas para o Ebtida da companhia em 2023 e 2024 para 30% e 13%, respectivamente.
A expectativa é de que os resultados da empresa devem passar por uma recuperação, após registrarem um pior momento no balanço do primeiro trimestre de 2023 (1T23), e que existem fatores que poderiam gerar a retomada das margens consolidadas da JBS para níveis históricos, de modo que isso poderia limitar uma valorização dos papéis da companhia.
O banco também enxerga a listagem na bolsa dos Estados Unidos como uma das prioridades da JBS.
“A listagem nos EUA continua sendo uma prioridade para a empresa, com o objetivo principal de fechar o desconto de avaliação que a JBS experimenta em comparação com seus pares internacionais”, dizem os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin.