Senado discute taxar dividendos em 10% em negociações para ‘volta’ da Reforma do IR

Com a reforma do imposto de renda em pauta, o Senado ainda discute a possível taxação de dividendos. A ideia é debater o tema ainda na semana que vem, na próxima reunião de líderes.

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O que os senadores querem é reduzir o imposto sobre dividendos de 15% – número proposto pela Câmara – para uma alíquota de 10%. O texto, vale frisar, prevê a cobrança via Imposto de Renda.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, os parlamentares da casa discutem – nos bastidores – alguns ajustes, como forma de fazer a pauta andar nas votações. Atualmente a reforma que taxa os dividendos está ‘travada’ no legislativo desde o ano passado.

A mudança, desta forma, depende dos esforços do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Se aprovado, independente da alíquota, o novo imposto que recai sobre os dividendos seria cobrado a título de Imposto de Renda na fonte. Mas há exceções.

A previsão é de que as empresas do Simples e companhias de lucro presumido e com receita de até R$ 4,8 milhões fiquem de fora da regra.

Mas apesar disso, o Senado quer ‘atenuar’ a situação por conta dessa medida. A ideia é ajustar algo já aprovado pela Câmara: a redução do chamado imposto total sobre o lucro das empresas não financeiras.

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A medida dos deputados prevê reduzir esse tributo de 34% para 26%. Algumas alas da casa legislativa, porém, defendem um ‘meio termo’ e miram um reajuste para 30%.

Como a proposta está prevista para ser debatida na semana que vem, com a reunião de líderes e a maioria dos parlamentares na Casa, podem ocorrer eventuais mudanças na estrutura.

Isso porque, Pacheco pode costurar um acordo para que a reforma do Imposto de Renda seja apreciada no plenário, sem passar pelo crivo da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

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Taxação de dividendos depende de negociações entre as casas

Para balizar isso, o Senador deve trocar a relatoria do projeto, que está atualmente nas mãos do seu colega de partido, Angelo Coronel (PSD-BA). A ideia é tornar o ex-líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o novo relator.

Com isso, ele restringiria o texto à redução do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e à criação da tributação sobre dividendos, como forma de compensação – já que Angelo Coronel defendia uma atualização na tabela do IRPF, uma mudança mais drástica que acabou travando a pauta no Senado, dada a dificuldade de negociação com a equipe econômica do governo.

Além disso, nos bastidores, os parlamentares discutem a inclusão no projeto de um novo Refis – o programa de refinanciamento de dívidas de contribuintes que não conseguiram pagar os seus impostos durante a pandemia.

Contudo, essa mudança já foi aprovada pelo Senado e enviada à Câmara dos Deputadas. A autoria do projeto, vale frisar, é do próprio Rodrigo Pacheco.

A ‘trava’ na proposta do Refis, assim, se dá como retaliação da Câmara à conduta dos Senadores, de manter a pauta da reforma do Imposto de Renda – que tributa dividendos – paralisada.

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Eduardo Vargas

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