O pagamento de dividendos globais totalizaram US$ 1,47 trilhão em 2021, o que representa uma alta de quase 17% em comparação com 2020. O dado é da gestora Janus Henderson que publica um levantamento trimestral com base nas 1,2 mil maiores empresas do mundo em valor de mercado.
Nos Estados Unidos, o pagamento de dividendos atingiu um novo recorde chegando a US$ 522,7 bilhões, aumento de 3,5% em comparação com 2020. Das 1,2 mil empresas analisadas, 367 estão nos EUA.
Apesar de melhora significativa, a variação registrada na principal economia do mundo fica aquém da alta em outras regiões, principalmente as que foram mais atingidas pela pandemia em 2020 e promoveram cortes ou suspensões de dividendos, como o Brasil.
Segundo o diretor de pesquisa da Janus Henderson, Matt Peron, Austrália, China, Suécia e Brasil estão entre os países que registraram fortes recuperações. “Houve uma grande recuperação [em 2021] porque foram atingidos em cheio. Tiveram de fazer cortes muito mais severos do que nos EUA, por isso foi um ano de retomada.”
Apesar dos dividendos terem sido fortes nos EUA, os investidores norte-americanos estão obtendo retornos mais baixos do que os seus pares internacionais.
De acordo com o levantamento, as empresas dos EUA tinham um retorno com dividendos de cerca de 1,3% em janeiro, comparado a 1,8% no Japão, 2% na China, 2,3% na Alemanha, 2,6% no Canadá e 3,6% na Austrália.
Veja as maiores pagadoras de dividendos do mundo
Entre as maiores pagadoras de proventos em números absolutos, em primeiro lugar está a Microsoft (MSFT34), que no ano passado pagou US$ 17,3 bilhões em dividendos, com retorno de apenas 0,8%. A segunda foi a AT&T (ATTB34), com cerca de US$ 15 bilhões, com retorno de 8,7%.
Em terceiro, quarto e quinto lugar estão a Exxon Mobil (EXXO34) com quase 15 bilhões, a Apple (APPL34) com 14,4 bilhões e o JP Morgan (JPMC34) com US$ 11 bilhões. Essas ações têm um retorno de 4,3%, 0,5% e 2,9%, respectivamente.
No ano passado, os dividendos de mercados emergentes aumentaram 27% em dólares, comparados aos níveis de 2020, 2% no Japão, 32% na região Ásia-Pacífico e 44% no Reino Unido.
Já a previsão para 2022 no cenário global, é de que os dividendos cheguem a US$ 1,52 trilhão. Um aumento de 3,1% nas distribuições pelas empresas.