Nesta quinta-feira (3), o Conselho de Administração da Petrobras (PETR4) aprovou o pagamento de R$ 43,68 bilhões em dividendos relativos ao lucro do terceiro trimestre. Com isso, os proventos anunciados pela estatal chegam a R$ 179,96 bilhões neste ano.
No primeiro trimestre de 2022, o conselho da Petrobras confirmou o pagamento de R$ 48,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
Já no segundo trimestre, a Petrobras aprovou o pagamento de mais R$ 87,8 bilhões em proventos. Esta, inclusive, foi uma quantia recorde oferecida para um trimestre.
Devido ao pagamento relativo aos números de abril a junho, a Petrobras se tornou a maior pagadora de dividendos do planeta no segundo trimestre, de acordo com a gestora Janus Henderson.
Entre as 10 maiores empresas pagadoras de proventos no período, a Petrobras é a única companhia brasileira a fazer parte dessa relação. Foi a primeira vez que a petroleira se destacou no ranking.
No levantamento, a gestora afirmou que “o aumento crescente dos fluxos de caixa devido aos altos preços de petróleo significou que os produtores de petróleo contribuíram com mais de dois quintos do crescimento do segundo trimestre”.
BTG: menos espaço para dividendos no futuro
Os analistas do BTG Pactual comentaram a distribuição de dividendos neste 3T22: “Os pagamentos de dividendos foram os grandes destaques da Petrobras nos
últimos trimestres, e as coisas não foram diferentes desta vez. Ontem, a empresa anunciou R$ 44 bilhões (US$ 8,5 bilhões) em dividendos, ou um yield de 11%. A
administração vem ressaltando que a decisão de antecipar dividendos decorre da visibilidade de respeitar o payout mínimo de 60%) nos próximos trimestres.”
E acrescenta: “Com base nos próprios números da Petrobras, nossa percepção é de que o anúncio de hoje superou sua política de distribuição em um valor não muito acima (“apenas” US$ 2 bilhões), e nossa aposta é que haverá menos espaço para dividendos antecipados no futuro. Com a posição de caixa da Petrobras próxima
dos níveis mínimo/ótimo e menos (relevantes) desinvestimentos a serem concluídos, esperamos que o pagamento convirja para níveis orgânicos no quarto
trimestre (~US$ 7 bilhões).”
Os analistas concluem: “Os resultados financeiros da Petrobras são notáveis há algum tempo, sustentados por condições macro (muito) favoráveis, mas também mostrando uma empresa enxuta, bem gerenciada e focada. Tememos, no entanto, que os investidores permaneçam no “modo de esperar para ver” por enquanto.”
Notam ainda a percepção de risco político: “Conforme argumentamos em nosso relatório de recente (“incerteza crescente”), o resultado da eleição do Brasil provavelmente aumentou a percepção de risco em relação à alocação de capital da empresa, e sua disposição de distribuir dividendos poderá em breve diminuir significativamente.”
Petrobras pagará R$ 43 bilhões em dividendos do terceiro trimestre
A Petrobras informa que os R$ 43 bilhões em dividendos aprovados serão pagos em duas parcelas iguais, nos meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
Em nota, a Petrobras diz que a aprovação “é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural”.
A empresa listada na bolsa de valores pagará R$ 3,3489 por ação ordinária e preferencial em circulação.
O pagamento da primeira parcela, no valor de R$ 1,67445 por ação preferencial e ordinária em circulação, acontecerá em 20 de dezembro de 2022.
Já o pagamento da segunda parcela, no valor de R$ 1,67445 por ação preferencial e ordinária, ocorrerá em 19 de janeiro de 2023.
Para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3, a data de corte será dia 21 de novembro de 2023. Desse modo, os papéis da estatal serão negociados ex-direitos na bolsa brasileira a partir de 22 de novembro de 2022.
Cotação da Petrobras nesta sexta-feira
Em meio à repercussão do balanço trimestral divulgado pela estatal no dia anterior, as ações da Petrobras abriram em queda nesta sexta-feira (4).
Por volta das 15h, as ações ordinárias apresentaram desvalorização de 3,53%, a R$ 32,328. Já os papéis preferenciais caíam 3,6%, a R$ 28,85.