2023 já começou e promete ser o ano dos dividendos para as pessoas que investem em boas ações. Com o atual cenário de juros elevados, empresas com modelos de negócio consolidados e financeiramente saudáveis aparecem como as favoritas dos especialistas em renda variável.
“O cenário deste ano será muito mais adverso e complexo. Quando a gente pensa em empresas pagadoras de dividendos, são companhias maduras, com modelo de negócio mais consolidado. Ou seja, conseguem passar por adversidades de maneiras muito mais tranquilas do que empresas mais alavancadas, que não tiveram um modelo de negócio que se provou ainda”, projeta Jose Daronco, analista CNPI da Suno Research.
O especialista recorda que os juros elevados impactam a economia como um tudo e que, neste cenário, empresas mais defensivas se destacam — caso dos setores elétricos e bancários.
Ou seja, em uma época na qual o dinheiro ficou caro, nada melhor do que comprar empresas que já geram muito dinheiro, e também são mais resilientes aos momento de diversidade.
Daronco também afirma que as ações da bolsa de valores estão sendo negociadas nos seus menores patamares históricos, devido a essa influencia da taxa de juros.
“Quanto você pega qualquer indicador ou faz um valuation certinho, vê que grande parte das empresas encontram-se muito descontadas hoje. Quando você compra uma empresa pagadora de dividendos, você recebe esse dividendo, já pode voltar a investir nesses papéis e aproveitar as barganhas”, detalha.
Ações que pagarão altos dividendos em 2023
Tiago Reis, fundador da Suno Research, aponta três ações que devem pagar altos dividendos neste ano. São elas:
- Energias do Brasil – EDP (ENBR3)
- Engie (EGIE3)
- Banco do Brasil (BBAS3)
Na visão de Reis, essas empresas contam com características de resultados previsíveis no campo operacional. “Então, dificilmente teremos uma surpresa por parte dos dividendos”, comenta.
O especialista ressalta que o setor elétrico pode ser uma das áreas mais estáveis e, por isso, duas ações desta área encontram-se presentes na lista.
No caso da Energias do Brasil, a empresa atua nos ramos de geração, transmissão e distribuição: “Por esse motivo, ela tem uma certa diversificação ao longo do segmento de energia. A Energias do Brasil fez investimentos relevantes nos últimos anos, e agora essas transmissoras estão gerando caixa. Por isso, tem aumentado o lucro e o percentual do lucro que é distribuído”.
“Os dividendos da Energia do Brasil tem crescido ao longo dos últimos anos, e acredito que vá se manter nesse lugar elevado”, afirma.
A Engie é focada em geração de energia e, atualmente, tem entrado no setor de transmissão. “Por isso, tem conseguido casar duas coisas: distribuição de dividendos e crescimento”, diz Reis, em tom animado.
Mesmo com os ruídos causados pela instabilidade política, o Banco do Brasil é visto com bons olhos por Reis: “Nos momentos de intervencionismo maior nas estatais, o Banco do Brasil se mostrou mais blindado. A rentabilidade sempre foi muito próxima do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4)“.
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