O Tesouro Nacional divulgou nesta sexta-feira (21) um aumento de 2,95% nos estoques da Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil no mês de junho em relação ao mês anterior. O estoque da DPF encerrou junho em R$ 6,191 trilhões, ante R$ 6,013 trilhões em maio.
Durante o mês passado, a correção de juros no estoque da Dívida Pública Federal foi de R$ 33,32 bilhões. Uma emissão líquida de R$ 144,21 bilhões contribuiu para o crescimento do estoque da dívida.
A Dívida Pública Federal (DPF) é composta pela Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e pela Dívida Pública Federal externa (DPFe). Em junho, a DPMFi registrou alta de 3,30%, totalizando R$ 5,957 trilhões. Já a DPFe apresentou queda de 5,16% no mês, chegando a R$ 234,04 bilhões ao fim de junho.
Participação de investidores estrangeiros diminui no estoque da DPF
No mês de junho, a participação dos investidores estrangeiros no estoque da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) registrou queda, passando de 9,56% em maio para 9,48%. No final de 2022, essa fatia estava em 9,36%. O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 564,77 bilhões em junho, ante R$ 551,07 bilhões em maio.
Em junho, as emissões da DPF somaram R$ 151,31 bilhões e os resgates totalizaram R$ 7,10 bilhões. Na DPMFi, foram emitidos R$ 87,52 bilhões de títulos prefixados, R$ 35,68 bilhões de flutuantes e R$ 27,90 bilhões de índice de preços. Já a emissão líquida da DPF em junho somou R$ 144,21 bilhões. No ano, há acúmulo de resgate líquido de R$ 56,66 bilhões.
Na visão do coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Roberto Lobarinhas, o mês de junho foi “extremamente positivo” para os mercados e emissão de dívidas.
“Observamos aumento do apetite por risco após a resolução do impasse do teto da dívida nos Estados Unidos, o que beneficiou os mercados em geral e os emergentes também”, afirmou Lobarinhas.
O bom momento do mercado no mês de junho também se refletiu no volume de emissões pelo Tesouro, segundo o coordenador, e destacou que mais de 50% das emissões de junho foram de títulos prefixados, a segunda maior emissão de 2023.
Eventos internacionais na Dívida Pública Federal
Lobarinhas, observou que este mês de julho está marcado por bastante volatilidade no mercado de títulos de dívida dos Estados Unidos (Treasuries), e que esse movimento internacional aumentou a inclinação da curva doméstica de juros no mês
Além disso, o coordenador do Tesouro acredita que estamos em um mês onde predomina a correção dos mercados, em que investidores têm visto os ganhos recentes e ajustado suas expectativas sobre a condução da política monetária dos Estados Unidos.
Reserva de liquidez do Tesouro
Em junho, o Tesouro Nacional contava com R$ 1,118 trilhão no chamado “colchão da dívida”, a reserva de liquidez utilizada para honrar compromissos com os investidores que adquirem títulos brasileiros. Esse valor é 13,76% maior em termos nominais em comparação com os R$ 983,18 bilhões registrados em maio.
Entretanto, os números indicam baixa de 8,43% em relação a junho de 2022 (R$ 1,221 trilhão). O montante de junho era suficiente para cobrir 8,52 meses de pagamentos de títulos, enquanto o Tesouro trabalha com um mínimo prudencial de uma reserva para três meses de vencimentos no “colchão” da Dívida Pública Federal.
Com informações de Estadão Conteúdo.