Dívida pública dos EUA pode superar 100% do PIB, diz Congresso

O Congressional Budget Office (CBO) divulgou nessa quarta-feira (2) a atualização de suas perspectivas orçamentárias e indicou que prevê que déficit orçamentário dos EUA deve alcançar US$ 3,3 trilhões (cerca de R$ 17,6 trilhões) em 2020, ou 16% da produção econômica do País. Além disso, prevê que a dívida pública deverá passar de 79,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019, para 104,4% do PIB em 2021.

O montante projetado pelo CBO para o déficit orçamentário dos EUA é o valor mais alto desde a Segunda Guerra Mundial. A estimativa vem após o País investir dólares federais na resposta econômica à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Vale destacar que em março desse ano, o Escritório de Orçamento do Congresso previa um déficit orçamentário de US$ 1,1 trilhão (cerca de R$ 5,88 trilhões) em 2020.

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O relatório explicou que o aumento no déficit foi puxado pelas medidas de estímulo anunciadas para apoiar a economia estadunidense frente aos impactos da pandemia. Além disso, o documento destacou a Lei Cares (sigla em inglês para lei de Auxílio a Coronavírus, Alívio e Segurança Econômica) de US$ 2,2 trilhões. Frente a isso, a previsão é de que a dívida pública fique em 104,4% do PIB no ano que vem.

Visto que as turbulências oriundas da pandemia ainda não chegaram ao fim, a Casa Branca e o Congresso já consideram mais estímulos econômicos para auxiliar nessa recuperação.

A presidente do Comitê para Orçamento Federal Responsável, Maya Macguineas destacou que “esse nível de endividamento teria sido inimaginável alguns meses atrás e é insustentável no longo prazo. O relatório de hoje fornece a evidência mais clara ainda dos desafios fiscais que os legisladores terão que enfrentar”.

Economia dos EUA precisa de estímulos

A diretora do Federal Reserve (Fed), Lael Brainard, afirmou nessa terça-feira (1) que o banco central norte-americano deve gerar mais estímulos para ajudar na recuperação da economia e do crescimento dos níveis de emprego que foi recentemente impactada pela pandemia de Covid-19.

“Será importante fornecer o estímulo necessário para atingir o emprego máximo e inflação média de 2% ao longo do tempo”, afirmou a diretora do Fed, “Como a recuperação provavelmente enfrentará obstáculos relacionados à Covid-19 por algum tempo nos próximos meses, será importante que a política monetária passe da estabilização a estimulativa”.

Brainard falou sobre a nova estratégia do Fed que impõe uma meta de inflação média de 2%, divulgada na última semana, no dia 27 de agosto, vinculando o tema com a necessidade da existência de um estímulo monetário adicional nos EUA.

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Laura Moutinho

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