Dívida pública bruta cai para 83,8% do PIB, aponta BC
A dívida pública brasileira ficou praticamente estável em julho, mesmo com o aumento dos gastos dos governos para combater a pandemia no País.
Dados divulgados nesta terça-feira (31) pelo Banco Central (BC) mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou julho aos R$ 6,797 trilhões, o que representa 83,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Meses atrás, existia a expectativa de que a dívida pública ultrapassasse o PIB.
Segundo a autoridade monetária central do Brasil, o recuo mensal da dívida pode ser explicado sobretudo em função do crescimento do PIB nominal (responsável por queda de 0,9 ponto).
Em sentido oposto, atuaram emissões líquidas de dívida (aumento de 0,2 ponto) e incorporação de juros nominais (0,5 ponto).
O porcentual, divulgado nesta terça pelo BC, é ligeiramente menor que os 83,9% de junho (dado revisado). No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
A Dívida Bruta do Governo Geral que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País.
Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
Dívida pública líquida também recua
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) passou de 60,8% (dado revisado) para 60,3% do PIB no mês passado. A DLSP atingiu R$ 4,893 trilhões.
A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil.
Déficit primário do setor público atinge R$ 10,2 bilhões em julho
Com a consolidação de todos os órgãos do setor público, o déficit primário de julho foi de R$ 10,283 bilhões, informou o BC.
O dado considera o Governo Central, Estados, municípios e estatais — com exceção de Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET3).
O déficit primário consolidado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro, que iam de déficit de R$ 35,500 bilhões a superávit de R$ 2,600 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 13,400 bilhões.
Em junho deste ano, havia sido registrado déficit de R$ 65,508 bilhões e, em julho de 2020, déficit de R$ 81,081 bilhões.
O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.
(Com informações do Estadão Conteúdo)