Diretora do FMI não deseja interferir nas negociações da Argentina

O Fundo Monetário Internacional (FMI) não deseja interferir nas negociações entre a Argentina e os credores privados, sobre a reestruturação de parte da dívida do país, de acordo com a declaração dada nessa sexta-feira (8) pela diretora-geral do fundo, Kristalina Georgieva.

Para Georgieva, ainda havia tempo para que o acordo fosse firmado, mesmo que o prazo estabelecido pela Argentina para que os credores aceitassem a proposta acabasse nessa sexta-feira às 18h, no horário de Brasília.

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Na última quinta-feira (7), o porta-voz do Fundo, Gerry Rice, indicou que o FMI esperava que houvesse um acordo, embora tenha reconhecido que a negociação é uma pendência mútua.

Além disso, a proposta feita pelo governo de Alberto Fernadez, que visava reestruturar US$ 65 bilhões da dívida argentina, foi rejeitada pelos principais credores. Dentre os pedidos do acordo, pode-se citar:

  • Três anos de prorrogação da dívida externa;
  • Desconto de 62% sobre o total de juros;
  • Desconto de 5% sobre o estoque da dívida.

Argentina pode dar calote no dia 22 de maio

Frente a isso, aumentam as possibilidades do país entrar em default, ou seja, violar acordos pré estabelecidos, visto que o prazo para o pagamento de US$ 503 milhões em títulos da dívida emitidos sob legislação estrangeira vence no próximo dia 22.

Não é de hoje que a Argentina reconhece que tem dificuldades de arcar com suas dívidas. Em agosto de 2019, o ex-ministro da Fazenda, Hernán Lacunza, solicitou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e todos seus credores privados um adiamento no pagamento das parcelas da dívida. Segundo ele, o país passava por “dificuldades de liquidez”.

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Durante o governo de Mauricio Macri, a Argentina contraiu um empréstimo de US$ 57,1 bilhões (cerca de R$ 324,07 bilhões) junto à organização, cuja amortização começaria a partir de 2020. A entidade, inclusive, disse que não haverá desconto no pagamento da dívida.

Laura Moutinho

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