O diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa Econômica Federal, Sérgio Ricardo Faustino Batista, foi encontrado morto na sede do banco, em Brasília, na noite de terça-feira (19) por um vigilante.
Sérgio Batista assumiu recentemente a diretoria da Caixa, em março deste ano, mas já era funcionário desde 1989.
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, a morte do diretor da Caixa foi registrada inicialmente como suicídio. O banco se manifestou lamentando a morte de Batista e afirma que contribuirá para a apuração do caso.
A Diretoria de Controle Interno e Integridade (DECOI) é o departamento que recebe o encaminhamento de todas as denúncias recebidas pelo canal de atendimento criado pela Caixa Econômica Federal.
A diretoria aceitava denúncias sobre qualquer tema, indo de corrupção a assédio sexual, como ocorreu recentemente com o escândalo do ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o que levou a sua demissão. Guimarães nega as acusações.
O diretor da Caixa, antes de assumir o posto, era um dos assessores estratégicos do ex-presidente do banco. Era considerado um de seus consultores.
As denúncias contra Guimarães chegaram à diretoria comandada por Batista em maio. O banco informou que o celular de Batista está em posse da Polícia Civil.
De acordo com apuração feita pelo jornal G1, a polícia está interessada em saber se Guimarães falou com o diretor da caixa sobre as acusações, entre outras coisas.
Entenda o caso de assédio do ex-Presidente da Caixa
O presidente da Caixa Pedro Guimarães entregou carta de demissão, aceita pelo presidente Jair Bolsonaro, em 29 de junho. O CEO da Caixa está sendo investigado pelo Ministério Público Federal por denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias do banco. Guimarães negou as acusações. Ele entregou o cargo com uma carta em que se defende: “É uma situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade.” A exoneração foi oficializada no Diário Oficial da União.
O presidente da República não se pronunciou sobre as denúncias que levaram ao pedido de demissão de Guimarães. O agora ex-presidente da Caixa é próximo a Bolsonaro e apareceu em inúmeras lives em redes sociais ao lado do chefe do Executivo.
Guimarães estava à frente da Caixa desde 2019, sendo um dos poucos auxiliares do presidente Jair Bolsonaro que permanecia no mesmo cargo desde o começo do governo. Ele era um dos auxiliares mais próximos a Bolsonaro, que busca a reeleição em outubro.
A presidência da Caixa Econômica Federal é ocupada agora por Daniella Marques, secretária Especial de Produtividade e Competitividade do ministério da Economia, também confirmada no DOU.
Daniella tinha apoio de integrantes do ministério da Economia para assumir a presidência da Caixa. Uma fonte próxima à secretária Especial disse ao Valor Econômico que ela é “séria, muito técnica e competente para comandar a instituição”.
Segundo fontes do Broadcast, a escolha de uma mulher para o posto ajudaria a estancar as denúncias de assédio sexual contra funcionárias do banco que envolvem o nome de Pedro Guimarães.
Daniella é considerada um “braço-direito” de Guedes desde os tempos em que o ministro atuava na iniciativa privada.
Ela é formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em Finanças pelo Ibmec/RJ e atuou por 20 anos no mercado financeiro.
Além disso, presente desde a campanha de 2018, a secretária tem a confiança do presidente Jair Bolsonaro, – e já chegou a participar das tradicionais lives de quinta-feira do chefe do Executivo para divulgar ações do Ministério da Economia voltadas às mulheres.
A presidente da Caixa foi sócia de Guedes na Bozano Investimentos, no Rio de Janeiro. Deixou a gestora em 2019 para ir trabalhar com o ministro como assessora especial.