O preço do diesel nas bombas está 5,3% mais barato do que o valor cobrado aos consumidores semanas antes da greve dos caminhoneiros em maio de 2018.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o litro do óleo diesel foi vendido nos postos, em média, por R$ 3,55 na última semana.
O valor cobrado pelo diesel na semana anterior à greve dos caminhoneiros, que se iniciou em 21 de maio do último ano, era de R$ 3,75 por litro. Os números estão corrigidos pela inflação.
De acordo com a ANP, o preço do diesel nas bombas acumula alta de 5% desde que a nova política foi adotada. O primeiro semestre de 2018 apresentou as maiores altas para o valor do combustível. Porém, os valores recuaram no final do ano seguindo as cotações internacionais do petróleo e sofrendo influências dos cortes em impostos para conter a greve.
Prejuízo da greve às contas públicas
A paralisação de mais de 10 dias da categoria terminou com um acordo entre o governo do então presidente Michel Temer e os caminhoneiros. A decisão foi por um programa de subsídio ao preço do combustível, o que gerou, até o momento, um custo de R$ 6,7 bilhões às contas públicas.
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O protesto atingiu as cadeias de distribuições de diversos setores do país e causou um prejuízo estimado de R$ 15 bilhões à economia, de acordo com o Ministério da Fazenda da época.
Intervenção na Petrobras
O preço do diesel, que é definido com base nas cotações internacionais desde 2016, tem gerado novamente insatisfações entre os caminhoneiros, que já começaram a falar em nova greve. Diante disso, o governo federal interferiu no aumento do preço do combustível anunciado pela Petrobras na última semana.
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O presidente Jair Bolsonaro pediu que a estatal recuasse na alta de 5,7% do diesel. A medida, além de gerar desconforto e dúvidas nos investidores sobre a política não intervencionista da nova gestão, ainda derrubou as ações da Petrobras.
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A estatal perdeu mais de R$ 32 bilhões em valor de mercado após seus papéis desvalorizarem cerca de 8%. Depois da crise, o governo se reuniu na última terça-feira (16) com representantes da Petrobras e afirmou que a decisão sobre o preço dos combustíveis é da empresa.
Porém, às 20h, a estatal decidiu manter o valor do diesel, que está sem alterações há quase um mês.
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