A operação brasileira da rede de supermercados Dia entrou nesta quinta-feira (21) com um pedido de recuperação judicial, com o objetivo de “tentar superar a sua atual situação econômica e financeira”, segundo comunicado pela companhia. A dívida da empresa é estimada em mais de R$ 1 bilhão.
O decisão pelo pedido de recuperação judicial do Dia veio uma semana depois que a companhia anunciou o fechamento de 343 supermercados e 3 centros de distribuição no Brasil, permanecendo apenas em São Paulo, após cerca de 23 anos atuando no país.
“Desde a sue chegada ao Brasil, em 2001, o Grupo Dia tem realizado um forte investimento e esforço no país que não obteve o retorno esperado, persistindo em perdas recorrentes, situação que finalmente levou à decisão de optar pelo referido processo de recuperação judicial como um potencial estabilizador da situação do Dia Brasil”, escreveu a empresa em comunicado.
Ainda de acordo com a varejista, o pedido de recuperação judicial limita-se exclusivamente à operação brasileira e, portanto, não impacta a situação financeira da Espanha e da Argentina, “onde o Grupo Dia alcançou atualmente uma posição relevante com uma estratégia focada na distribuição local de alimentos”.
Grupo Dia anunciou fechamento de 343 lojas no Brasil
No último dia 14 de março, a empresa anunciou o fechamento de 343 lojas e três armazéns, permanecendo apenas em São Paulo. O movimento faz parte do processo de reestruturação de sua operação no Brasil.
Em comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNNV), agência reguladora espanhola, e assinado por Guillaume Marie Didier, diretor financeiro do Grupo Dia, a empresa informou que a medida foi tomada em função dos “persistentes resultados negativos do Dia Brasil”. “São lojas de baixo desempenho”, escreveu.
Também em nota à imprensa, a companhia afirmou que estava ajustando o número de lojas no Brasil para focar na região de São Paulo, onde concentra sua operação e continuará operando 244 unidades.
Em agosto do ano passado, o Grupo Dia anunciou sua saída de Portugal, onde vendeu quase 500 unidades para se concentrar em seus mercados principais. Em fevereiro deste ano, o grupo reduziu seu prejuízo líquido anual para 30 milhões de euros, ante prejuízo de 124 milhões de euros registrado em 2022.