Dados recentes reportados pelo Ministério de Minas e Energia destacam um índice específico e importante, registrado no dia 22 de julho: pela primeira vez, a força dos ventos gerou um volume de energia capaz de abastecer 102% da região Nordeste durante um dia inteiro.
Somente nessa data foram produzidos mais de 11 mil megawatts médios de energia eólica, o que impulsionou os números recordes de produção de energia renovável, segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O dado torna-se relevante frente à crise energética atual, que já ocasionou suspeitas de um possível racionamento no futuro, considerando que os números baixos de volume dos reservatórios afetam intensamente outros meios de geração, como as hidrelétricas.
Ainda segundo o ONS, o aumento de consumo de eletricidade nos próximos meses deve levar os reservatórios próximos do limite em meados de novembro.
O diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos do ministério, André Osório, contudo, afirmou que a produção solar e eólica fazem parte da matriz energética renovável do país. De acordo com ele, essas duas formas de produzir sem esgotar a fonte de energia são predominantes e o panorama deve continuar assim.
“A participação das [fontes] renováveis na matriz elétrica deve continuar acima de 80% até 2030, chegando a cerca de 85% em 2050. Esses resultados serão alcançados, em boa medida, pelo aproveitamento, pelo país, de seus potenciais eólico, solar e de biomassa”, disse Osório.
Meta do ONS é ter 13,6% da energia de parques eólicos
Esse período que vai até novembro é conhecido como safra dos ventos. De acordo com o ONS, a geração eólica hoje representa 10,9% da matriz elétrica brasileira e a expectativa é de que chegue a 13,6% ao fim de 2025.
Já a geração solar representa 2% da matriz, com expectativa de atingir 2,9% até o fim deste ano. No dia 30 de julho, foi registrado o novo recorde de geração solar média, com o acúmulo de 682 megawatt médios em apenas 24 horas. Essa quantidade corresponde a 5,8% da demanda da Região Nordeste.
O diretor do Ministério de Minas, André Osório, também afirmou que a pasta planeja investir 2 trilhões e 700 bilhões de reais para garantir a expansão da produção de energia renovável pelos próximos 10 anos.
Com informações da Agência Brasil