Dia dos pais: Confira 6 ações para presentear os filhos com investimentos
O dia dos pais acontece, tradicionalmente, todo segundo domingo de agosto no Brasil. Em 2021, a data cairá no próximo domingo (8). Normalmente, quem recebe presentes no dia dos pais são os próprios progenitores. Contudo, nada impede os pais de presentearem, ainda mais quando o presente pode impactar o futuro dos filhos.
Com esse intuito, um dos melhores presentes que os filhos podem receber são ativos que geram valor, como ações. Além de existir um potencial de valorização, ou seja, o presente pode se tornar maior com o passar do tempo, ele também pode criar renda e estimular a educação financeira desde jovem.
Por terem mais tempo de maturação, investimentos para os filhos podem ser voltados ao maior upside possível, com maior volatilidade e, quem sabe, até mais risco, desde que controlado.
Para alguns, a geração de renda por meio do recebimento de proventos não é o foco, embora não seja um fator excludente.
Confira seis ações que o Suno Notícias separou e que seriam bons presentes para os pequenos. Uma dica para quem gostou da ideia é abrir uma conta em uma corretora de valores em nome da criança.
Vale ressaltar que essa matéria não configura uma recomendação de investimento.
Ações da Petz são um bom presente de dia dos pais
A primeira empresa comentada pelos especialistas ouvidos pelo Suno Notícias é a Petz (PETZ3). A empresa vende produtos e serviços para animais, em um segmento que tem crescido fortemente em todo o mundo.
No ano passado, em meio a pandemia do novo coronavírus, o setor avançou 13,5%.
Fundada em 2002, em São Paulo, a companhia vem se consolidando como o maior player do segmento do Brasil, e recentemente ultrapassou as fronteiras do País ao comprar a Zee.Dog, marca de acessórios premium para bichos de estimação, por R$ 715 milhões.
“A empresa tem características similares às outras de forte crescimento do mercado, como setor pulverizado, avenidas de expansão interessantes e amplas oportunidades de consolidação que a colocam em novas frentes de desenvolvimento”, diz Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos.
Vale lembrar que a Petz realizou seu IPO em setembro do ano passado, movimentando R$ 2,24 bilhões. O caixa está cheio e o mercado anseia por grandes resultados. Desde a estreia na B3, as ações da companhia subiram mais de 55%. Teria sido um ótimo presente de dia dos pais no ano passado, inclusive.
Ambipar
Outra companhia recém chegada à Bolsa, e citada como ideal para o dia dos pais, é a Ambipar (AMBP3).
A empresa atua sobre a gestão ambiental, tanto em resposta a emergências ambientais como no tratamento de resíduos, recolocando-os na economia.
“A reinserção dos resíduos no mercado de forma consciente é uma pauta que tende a ficar cada vez mais em alta, com as premissas ligadas ao ESG. É uma empresa que deve continuar reportando forte crescimento nos próximos anos”, diz João Arthur Almeida, sócio da Slice Investimentos e gestor do clube de investimentos Jaú.
A tese de investimento do mercado é que a Ambipar faz (e muito bem) o que as outras empresas não querem fazer, mas se veem obrigadas a cumprir.
“Como as empresas têm formado agendas ligadas ao ESG, que alteraram desde a formulação de seu quadro diretivo até o Capex, a Ambipar chega com uma solução praticamente pronta para ajudar”, afirma Serra.
“As zonas de atuação, como Brasil e Chile, também são muito pulverizadas, com amplo espaço de crescimento”, comenta. Em julho, a Ambipar completou um ano da listagem de suas ações, que subiram quase 90% desde então.
Ações da Rede D’Or
Uma das mais conhecidas da lista, a Rede D’Or (RDOR3) faz parte da carteira de presente para os filhos em função da pulverização do mercado em que atua e sua eficiência em adquirir novos negócios.
“A perspectiva da empresa sob o ponto de vista do crescimento é muito interessante. O setor de saúde no Brasil é sub penetrado comparado a outros países, tanto na consolidação de hospitais como em termos de plano de saúde”, diz Serra.
O especialista diz que “além do importante fator de envelhecimento da população, a empresa tem conseguido gerar boas sinergias com as fusões que realiza — as quais têm saído baratas”.
Recentemente, a empresa comprou o Hospital Santa Emília, na Bahia, por R$ 201,2 milhões, ampliando sua participação no mercado do Nordeste.
No segundo trimestre deste ano, a empresa lucrou R$ 477,7 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 306,6 milhões do mesmo período do ano passado. O período marcou o maior faturamento trimestral da história.
ClearSale
A ClearSale (CLSA3), novata na B3, também faz parte da lista mencionada pelos especialistas para o dia dos pais. A empresa apresenta soluções antifraude digital para segmentos como e-commerce, mercado financeiro, vendas diretas, telecomunicações e seguros.
“Quando pensamos no futuro, ao menos nos próximos 15 anos, vemos que as transações on-line cada vez mais participarão da economia”, justifica Almeida, salientando que neste ambiente de consolidação digital, os processos de segurança serão cada vez mais necessários.
Fundada em 2001, a empresa é a pioneira no mapeamento do comportamento do consumidor digital no Brasil. E não para por aqui: cerca de 11% de sua receita já vem de fora do País.
“Em um País que tem muita dificuldade em exportar softwares ou qualquer coisa ligada à tecnologia que diz respeito a commodities, esse é um aspecto relevante.”
A ClearSale realizou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no fim de julho. A companhia movimentou R$ 1,3 bilhão e quer investir em crescimento orgânico, inovação e fusões e aquisições.
Desktop
Na mesma safra da empresa anterior, a Desktop (DESK3) também abriu capital. A empresa é a maior provedora de serviços de internet do estado de São Paulo, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Suas operações são voltadas para a tecnologia de fibra óptica de alta velocidade, voltada para o consumidor pessoa física.
O sócio da Slice comenta que “o segmento está em ampla expansão no Brasil e, quando pensamos no futuro, pensamos em uma sociedade que, hoje, é jovem e já está amplamente conectada.
Na visão do especialista, cada vez mais será necessário acesso a internet de qualidade e estável. “As empresas desse setor que estão vindo à Bolsa merecem um destaque especial, como Brisanet (BRIT3) e Unifique (FIQE3).”
A receita líquida da Desktop, no ano passado, teve um avanço de 47% frente ao ano anterior, para R$ 167,08 milhões. O lucro líquido saiu de R$ 21,83 milhões, em 2019, para R$ 26,59 milhões, em 2020, perfazendo um crescimento de 22%.
XP também é opção para o dia dos pais
Falando em futuro, não tem como não pensar no desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil. O País está aquém de seus pares internacionais em número de investidores e, no caminho de uma normalidade, é possível que número aumente.
Para Almeida, a empresa melhor posicionada para aproveitar e contribuir com este movimento é a XP. A companhia já é robusta e mais “encorpada” do que as demais citadas para esta carteira teórica. Porém, o espaço para crescimento é grande.
“Além disso, quando pensamos na sociedade futura, pensamos sobre o aprofundamento do mercado de capitais, sobretudo no Brasil, e não tem como não pensar na XP”, afirma o especialista.
A empresa fundada por Guilherme Benchimol mostra estar em uma forte tendência positiva. Na última semana, a XP divulgou seus resultados do segundo trimestre, superando a marca de R$ 1 bilhão em lucro, maior que todo o resultado de 2019.
“Existe crescimento em todas as linhas, além da expansão das operações para as áreas de cartões, crédito e banco de investimentos. Certamente a empresa surfará o aprofundamento financeiro da sociedade, o chamado financial deepening.”
Com o reinvestimento total de seu lucro, a XP mostra que pode ser um bom presente para tirar da cartola no dia dos pais.