Dia Mundial do Petróleo: Veja como investir na commodity sem precisar comprar um barril
O Dia Mundial do Petróleo é comemorado nesta sexta-feira, dia 29 de setembro e tem o objetivo de reforçar o papel importante do recurso na economia internacional. No Brasil, a data estende suas comemorações para o dia 03 de outubro, data de criação da Petrobras (PETR4) em 1953, com a sanção da empresa para gerir o petróleo descoberto no Brasil.
No mercado de investimentos, o petróleo é um produto muito valioso, pois acaba influenciando diversas indústrias, como a de serviços e automobilística. Por isso, a sua relevância torna a commodity um ativo atrativo de se ter na carteira, desde que da forma mais adequada.
Vantagens de investir em petróleo
O petróleo hoje é a fonte mais relevante de geração de energia no mundo. Para Guilherme Dias, especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais e head da carteira Start da Suno, investir em petróleo é uma oportunidade de estar exposto a um “ativo de robustez e relevância mundialmente falando tanto no processo produtivo como para nós como pessoa física.”
Apesar da expansão de energias menos poluentes, Guilherme ainda salienta que o abalo destas ao petróleo aconteceria apenas em um prazo muito longo. “Os carros elétricos e hélices para geração de energia eólica, por exemplo, ainda envolvem petróleo em seu processo produtivo,” relaciona o especialista.
Além da diversificação da carteira, o investimento em um ativo como o petróleo pode acontecer de várias formas, o que permite ao investidor ter uma exposição a um ativo de demanda global e intensa.
“Quando falamos em investimentos em petróleo, muitas pessoas pensam em comprar um barril para estocar em casa. Mas hoje nós temos diversos produtos financeiros que se expõem ao petróleo e o investidor consegue de forma acessível ter uma exposição ao ativo,” explica Guilherme Dias, da Suno.
Sobretudo em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, a migração para novas formas de energia ainda é um processo muito distante,
Desvantagens dos investimentos em petróleo
Uma commodity tem por essência uma volatilidade muito alta. Assim como ouro e produtos agropecuários, a cotação do barril de petróleo flutua muito. Muitas vezes isso acontece não apenas por cunho econômico, mas também por questões geopolíticas.
Exemplo disso foi o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, quando a primeira, grande produtora e fornecedora mundial do insumo, fez pressão na oferta do combustível. Em outros momentos, como a crise imobiliária de 2008 e a pandemia da Covid-19, dois momentos marcados pelo desaquecimento econômico brusco, um estoque em alta e uma demanda em queda do petróleo, o que consequentemente derrubou o preço do ativo.
Nestes dois casos, entretanto, foram crises mundiais, que tiveram o poder de abalar vários países. Entretanto, também podem acontecer casos em países específicos, que acabam sendo balanceadas por outros países, o que equilibra o preço da commodity.
Dentro dos ativos de petróleo em si, também é possível encontrar concorrência entre as empresas, por exemplo, como a Petrobras (PETR4), 3R Petroleum (RRRP3), Petrorio (PRIO3), que mesmo quando são da mesma companhia, têm estratégias diferentes e conflitam por investidores ou por espaço.
Como investir em petróleo sem comprar um barril
Com a pluralidade de tipos de investimentos no mercado hoje, investir em petróleo já deixou de ser sinônimo de “comprar um barril”, por exemplo. Algumas das maneiras de investir em petróleo são:
1. Fundos de investimento
Muitos fundos de investimento têm exposição a commodities, a maioria sem ser exclusivamente exposta ao petróleo, mas também a outros produtos do tipo agrícola e metais, como ouro e prata. Por isso, Guilherme pontua que fundos de commodities que não tenham uma correlação muito alta, podem ser mais interessantes, pois mesmo que algo aconteça que impacte o petróleo negativamente, por exemplo, outro item pode ser beneficiado nesse contexto, o que balanceia o preço do ativo e reduz sua volatilidade.
Nesses investimentos, Guilherme também ressalta a importância de avaliar dois aspectos: os custos atrelados aos fundos, como as taxas de administração e performance; e a gestão, de acordo com a experiência do gestor no mercado de commodities e a transparência dele sobre os ativos incluídos no fundo.
2. Ações na bolsa de valores do Brasil ou no exterior
“Quando falamos de ações, ou stocks, independente da bolsa de valores em que está listada, o investidor deve ter ciência de que não há nenhuma garantia, ainda que ela seja de uma empresa consolidada”, reforça o especialista.
Entre os riscos principais de investir em empresas de petróleo, existem os riscos típicos da renda variável, assim como os específicos a empresas do segmento:
- A variação da ação;
- O custo da exploração do petróleo;
- A concorrência entre as empresas para conseguir áreas de exploração;
- O risco Brasil: a perenidade das empresas; processo inflacionário; reforma tributária; processos cambiais, que podem impactar a importação de matérias primas.
3. ETFs
Os fundos de índice que seguem um propósito ligado à cotação do petróleo, seja pelo petróleo Brent ou WTI, por índices atrelados à commodity, vão ter uma grande volatilidade naturalmente. Em comparação com os fundos de investimentos, entretanto, os Exchange-traded fund (ETFs) vão apresentar cotas menos concorridas, que podem ser mais baratas.
“Os ETFs vão tentar acompanhar o índice do preço do petróleo, mas tanto por questões de gestão como de taxas de administração, pode haver um descolamento do ETF para a cotação“, ressalta Guilherme.
Além dos três tipos de investimentos em petróleo mencionados, existem ainda outras formas, como através de contratos futuros (como opções e derivativos, por exemplo) ou contratos por diferença (os CFD, do inglês). A negociação destes ativos exige um grau maior de especulação e alavancagem, sendo recomendados apenas para investidores de perfil arrojado e com muito conhecimento e experiência.