DEVA11: gestora explica queda nos dividendos; DY segue em 16,3% ao ano
Em relatório gerencial publicado nesta última terça-feira (18), o fundo imobiliário Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11) explicou a redução dos seus dividendos no mês de outubro. A gestora Devant Asset destacou que a deflação, causa maior da diminuição dos resultados, é pontual. O fundo continua com dividend yield (DY) elevado, pagando 16,3% ao ano.
Referente ao mês de setembro, o fundo distribuiu um total de R$ 7,6 milhões em rendimentos. Deste modo, os dividendos do DEVA11 foram de R$ 0,55 por cota, resultando em um dividend yield de 0,58%, remuneração equivalente a 54,5% do CDI.
Deste modo, os rendimentos do DEVA11 sofreram uma redução de 45% quando comparado à distribuição de setembro. Naquela ocasião, o fundo pagou R$ 1,00 por cota, um dividend yield mensal de 1,02%.
A gestora explicou que os rendimentos apurados no mês referem-se à parcela prefixada da carteira. A parcela pós-fixada, chamada de “correção monetária”, foi praticamente zerada devido à deflação do período.
DEVA11 não rebaixou seu patamar de dividendos nos últimos meses
A carteira do DEVA11 é basicamente composta por ativos cuja remuneração é indexada ao IPCA. Por esse motivo, a deflação registrada nos meses anteriores afeta diretamente os resultados do fundo.
Porém, os ativos da carteira do FII possuem proteção contra deflação, ou seja, em um momento de IPCA negativo, a correção monetária é equivalente a zero e o ativo é corrigido somente à taxa prefixada.
Os índices utilizados para cálculo dos rendimentos foram os apurados em julho (-0,68%) e agosto (-0,36%). Porém, devido à proteção dos ativos contra deflação, foram zerados no cálculo.
Dessa forma, é natural que exista uma queda pontual nos rendimentos mesmo com a proteção, pondera a Devant Asset. Ainda assim, no acumulado do ano, o fundo vem entregando resultados condizentes com o guidence da gestora. Além disso, a gestora reforça que o alvo de rendimento do fundo é de 1% de dividend yield mensal.
Quando o DEVA11 foi modelado, em 2020, a gestora considerou o patamar de 1% ao mês considerando um cenário de inflação próxima ao centro de meta definido pelo Conselho Monetário Nacional, entre 3% e 4% a.a.
Porém, como a carteira era principalmente indexada ao IGP-M, que estava em alta, o fundo entregou resultados ainda maiores em 2020, com uma média de 2,7% ao mês.
Não há nada de errado com o fundo
Portanto, em contexto de deflação, o fundo está sujeito a entregar retornos abaixo de 1% de dividend yield, com a maioria dos seus ativos indexados ao IPCA. “Mas no acumulado esse rendimento tende a ser igual ou até mesmo superior a 1%”, crava a gestora.
Mesmo com o cenário atual, o fundo está entregando um DY de 1,3% em média, com um ganho real de 6,52% de janeiro até setembro. Na visão da Devant Asset, “o resultado acumulado do fundo está em linha com o mandato e com a carteira”.
Por fim, o relatório gerencial do DEVA11 é categórico, afirmando que não houve nenhum evento de crédito e nenhuma perda nos fundamentos do fundo.
O DEVA11 tem como objetivo auferir rendimentos e ganhos de capital advindos das aplicações em ativos financeiros com lastro imobiliário, principalmente Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).