O banco alemão Deutsche Bank (DBAG34) é o protagonista desta sexta (24) da crise enfrentada pelo setor bancário ao longo dos últimos dias. As ações da companhia no exterior e no Brasil são negociadas sob forte queda, mesmo após a empresa passar uma sinalização positiva ao mercado.
Por volta das 13h15, as BDRs do banco registravam queda de 3,96%, ao preço de R$ 48,54, na Bolsa brasileira. Na Bolsa de Frankfurt, a ação amargou uma queda de 10,96% por volta das 11h30, no horário de Brasília.
Ao longo dos últimos anos, o banco se recuperou de uma série de crises e, nesta sexta, informou ao mercado que resgatará antecipadamente um título subordinado de nível 2. Segundo a Bloomberg, esse movimento geralmente visa mostrar aos investidores a confiança na forma de uma empresa. Porém, essa não foi a reação conquistada.
“É um caso claro do mercado vender primeiro e fazer perguntas depois. Continua a haver uma enorme preocupação de que a crise bancária possa se fundir em um evento de risco mais pesado nos mercados”, explicou Paul de la Baume, estrategista sênior de mercado do FlowBank SA, para a agência de notícias.
Com esse movimento, as ações do Deutsche Bank caíram ao menor nível dos últimos três anos. Na visão dos analistas do Citi, esse recuo dos papéis pode estar ocorrendo devido a um “mercado irracional”.
Em relatório, o banco apontou três possíveis razões para o impacto negativo no Deutsche Bank:
- aumento nos Credit Default Swaps (CDS, espécie de seguro contra calote);
- preocupações sobre exposição de imóveis comerciais;
- investigação dos Estados Unidos sobre bancos e sanções russas
“Nenhum deles parece significativo o suficiente para explicar o movimento, mas vemos isso como um mercado irracional”, comentam os especialistas do Citi.
Segundo o time, assim como ocorreu com o Credit Suisse ao longo dos últimos dias, “o risco é se houver um impacto indireto de várias manchetes da mídia no banco psicologicamente, independente do raciocínio inicial por trás disso estar correto ou não”.
Crise no setor bancário
A nível global, os bancos passam por momentos delicados ao longo das últimas semanas. Nos Estados Unidos, a falência do Sillicon Valley Bank explodiu o debate sobre esse tema. Em seguida, outras instituições também demonstraram fragilidades, como o PacWest.
Na Europa, antes do Deutsche Bank, foi o Credit Suisse que protagonizou negativamente as manchetes. O banco suíço foi vendido às pressas para o rival UBS no começo desta semana.