O Ibovespa começou a semana com queda nos papéis da Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) devido à desvalorização do minério de ferro na China. Nesta segunda-feira (16), o país, que é o maior consumidor da commodity no mundo, voltou a trazer preocupações com o aumento de casos de covid — e um possível adiamento da sua reabertura econômica.
Além disso, a commodity negociada para maio encerrou o Dalian em queda de 4,3%, abaixo de US$ 124 por tonelada. O valor vai ao encontro da Bolsa de Cingapura, em que o minério de ferro de referência de fevereiro recuou 4,4%, para US$ 120 a tonelada.
As quedas foram refletidas no Ibovespa desta segunda-feira. A ação da Vale, que tem o maior peso no Ibovespa, caiu 1,67%, a R$ 92,25. Junto a ela, também caiu a CSN Mineração, em 3,71%, com papel a R$ 4,41.
Os reflexos da desvalorização do minério de ferro chegaram também às siderúrgicas. Na CSNA3 houve recuo de 1,66%, a R$ 16,61. Já a Gerdau (GGBR4) e a Usiminas (USIM5) caíram 1,67%, a R$ 31,89, e 0,90%, a R$ 7,74, respectivamente.
Reabertura chinesa apenas no 3T23, diz BTG
A reabertura econômica da China segue indefinida e, diante disso, o BTG Pactual (BPAC11) permanece sem alocação tática direta no país momentaneamente.
Segundo o banco, a abertura deve acontecer apenas no terceiro trimestre de 2023 – mas acredita que o país voltará a ser ‘investível’, com destaque para os ações de commodities como Gerdau (GGBR3), Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3).
“A reabertura da China após essas mudanças tornou-se o grande tema de mercado para definição de posicionamento de risco, em conjunto com as decisões de política monetária pelos principais Bancos Centrais,” diz o relatório.
Ainda segundo o documento, o plano quinquenal do governo chinês reforça “teses de longo prazo focados no consumo interno e na indústria de alta intensidade tecnologia”. Assim, haverá menos espaço para empresas tecnológicas, ativos usuais em índices listados nas bolsas ocidentais.
Por outro lado, a projeção favorece os papéis de commodities, sobretudo o minério de ferro, e os analistas acreditam que um piso já pode estar se formando no próximo ano. “Em termos de picking [estratégia de comprar ações por um preço menor e vender quando elas se valorizam] preferimos Gerdau, Vale e Suzano, além de terem incorporado algumas dessas teses em suas carteiras”, destacam.