Despesas com tarifas bancárias crescem 150% desde 2009, diz IBGE

O gasto dos brasileiros com tarifas bancárias cresceu 150% em cerca de dez anos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE, as tarifas bancárias em 2009 representavam 0,4% da renda familiar dos brasileiros, contra 1% registrado em 2018.

Um resultado inesperado especialmente em uma época onde a concorrência das fintechs, que oferecem serviços financeiros sem custos, não foi suficiente para limitar o crescimento do peso das tarifas bancárias no orçamento das famílias.

Aumento dos cartões incrementou as tarifas bancárias

Desde 2009 o número de cartões de crédito ativos no sistema financeiro cresceu 34%. Isso poderia explicar, em parte, o aumento tão relevante das tarifas bancárias.

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Segundo os dados do Banco Central (BC) divulgados em setembro, as tarifas de anuidade cresceram de cerca de 80%, descontando a inflação. Um aumento registrado mesmo com o aumento do número de cartões que não cobram anuidade.

Foi também registrado um aumento de 67% no uso dos cartões de débito. Um sinal do incremento da bancarização dos brasileiros, pois indicam a movimentação de contas corrente, poupança e salário.

Concentração bancária

Uma outra razão que explica parcialmente esse resultado é a grande concentração do mercado bancário brasileiro. Os cinco maiores bancos do País —Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander— ainda detêm cerca de 80% do mercado.

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No período analisado pelo IBGE esses bancos elevaram as tarifas de serviços em porcentagem superior a da inflação.

Essa decisão foi uma estratégia que tinha como objetivo compensar uma redução da receita com crédito. Isso pois os bancos estavam pouco dispostos a conceder empréstimos durante os anos de recessão econômica, quando muitos brasileiros perderam o emprego, aumentando assim o risco de calote.

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Não por acaso, as receitas dos bancos com tarifas bancárias nesse período mais do que dobraram. No caso do Bradesco, a alta foi de 169%, contra uma inflação acumulada no período de apenas 70%.

Carlo Cauti

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