Desinvestimento na Petrobras não é desmonte, diz Castello Branco

O presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Roberto Castello Branco, declarou nesta sexta-feira (2) que os desinvestimentos já realizados, assim como os previstos no futuro, não significam uma redução de empregos e desmonte da estatal petrolífera.

Segundo o presidente da Petrobras, essa venda de ativos estimulará o ingresso de outras empresas no mercado petrolífero. Companhias que, salientou Castello Branco, estão investindo e gerando empregos.

“Desinvestimentos não significam redução de empregos e desmonte. A Petrobras foi quase desmontada. Estamos reconstruindo a Petrobras”, explicou o presidente da estatal durante uma coletiva de imprensa para comentar o balanço do segundo trimestre de 2019.

Castello Branco declarou que esses desinvestimentos contribuem para a formação de uma nova indústria de petróleo no Brasil. O presidente da Petrobras utilizou como exemplo o caso do campo de Azulão, na Bacia do Amazonas. O campo petrolífero foi vendido para a Eneva, empresa que agora está investindo na construção de uma termelétrica que utilizará o gás natural da região.

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Para Castello Branco, se Azulão tivesse permanecido com a Petrobras, esse desenvolvimento não teria chegado na região.

Listagem na B3

O presidente da Petrobras também salientou que ainda não foi tomada uma decisão final sobre a saída da estatal do segmento especial de listagem Nível 2 de Governança Corporativa da B3.

Entretanto, Castello Branco salientou como a adesão ao nível de governança da Bolsa de Valores de São Paulo seja algo “irrelevante”.

“[A listagem no Nível 2] não cria nenhum valor. É a mesma coisa que disputar a série C do Brasileiro. Nós queremos disputar a Champions”, explicou Castello Branco. Segundo o presidente da Petrobras, o importante é apresentar as melhores práticas de transparência e governança, e não fazer parte de um “clubinho”.

Novo plano de negócios da Petrobras

O presidente da Petrobras anunciou que o novo plano de negócios da empresa já está sendo elaborado. O plano deverá ser lançado em novembro e terá como horizonte o período 2020-2024.

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Para a diretora de finanças e relações com investidores, Andrea Almeida, o novo plano terá uma metodologia mais conservadora dos antecedentes. Além disso, o documento deverá ser realizado com base em uma análise probabilística.

“Vamos ter a revisão [da projeção de investimentos] no próximo plano de cinco anos. Mas basicamente vai ter uma nova forma mais conservadora e aplicando novas técnicas para avaliar o quanto de execução que
vamos conseguir fazer”, declarou Almeida, “Vamos aplicar a metodologia no novo plano de cinco anos”

Desinvestimentos ainda não concluídos

A diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara, salientou como a estatal possui oito projetos de desinvestimentos já assinados e ainda não concluídos. Uma série de projetos que vão gerar US$ 4 bilhões (cerca de R$ 15,6 bilhões) para o caixa da empresa.

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“Já temos oito projetos de desinvestimentos assinados. Em cima desses projetos, há uma estimativa de valor, cerca de US$ 4 bilhões que ainda não tiveram o ‘closing’ [conclusão]”, declarou Lara. Para a executiva, esses oito projetos são relacionados à área de exploração e produção de petróleo e gás natural.

No caso das refinarias colocadas a venda, Lara salientou como o interesse demonstrado pelos investidores é “muito maior” do que aquele registrado no
processo de desinvestimentos iniciado em 2018.

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A Petrobras iniciou em abril do ano passado um processo de venda de 60% de dois “clusters” de refinarias, um no Sul e outro no Nordeste. Um modelo revisto esse ano, com a ampliação para oito unidades de refino, que serão vendidas em 100%.

Carlo Cauti

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