A taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,8% no trimestre encerrado em maio, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE que foram divulgados nesta quinta-feira (30).
Segundo os dados do desemprego, essa foi a menor taxa para o período desde 2015 (8,3%) e um resultado muito melhor que o esperado pelo mercado.
O consenso Refinitiv dos analistas projetava que a taxa de desemprego cairia de 10,5% em abril para 10,2% em maio, uma situação mais crítica do que o que foi reportado nos dados desta quinta (30).
“Foi um crescimento expressivo e não isolado da população ocupada. Trata-se de um processo de recuperação das perdas que ocorreram em 2020, com gradativa recuperação ao longo de 2021. No início de 2022, houve uma certa estabilidade da população ocupada, que retoma agora sua expansão em diversas atividades econômicas”, afirma Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.
A especialista comenta que os aumentos da ocupação vêm ocorrendo em diversas formas de inserção do trabalhador, tanto entre os informais quanto entre os com carteira de trabalho.
“O contingente de trabalhadores com carteira vêm apresentando uma recuperação bem interessante, já recompondo o nível pré-pandemia. Principalmente no final de 2020 e primeiro semestre de 2021, a recuperação da ocupação estava majoritariamente no trabalho informal. A partir do segundo semestre de 2021, além da informalidade, passou a ocorrer também uma contribuição mais efetiva do emprego com carteira no processo de recuperação da ocupação”, acrescenta Beringuy.
Queda no desemprego é fruto de recorde de ocupados na série histórica
Segundo a Pnad, a população desocupada é de cerca de 10,6 milhões de pessoas, com recuo de 11,5% ante o mesmo trimestre em 2021.
Além disso, há uma queda no desemprego de 30,2% na comparação anual, com 4,6 milhões de desempregados a menos.
Por sua vez, o número de pessoas ocupadas é o maior da série histórica (iniciada em 2012), de 97,5 milhões.
No comparativo com o último trimestre de 2021, o número de empregados cresceu em 2,4%, além dos 10,6% no comparativo em igual período ao ano anterior.
A Pnad mostra que, em números absolutos, são 2,3 milhões de pessoas ocupadas a mais no trimestre e 9,4 milhões em um ano.
Com esses dados, a taxa de desemprego mostra um recuo de 1,4 ponto percentual (p.p.) na comparação com o trimestre entre dezembro e fevereiro, que teve uma taxa de 11,2%.
No comparativo com o mesmo trimestre do ano passado, há recuo de 4,9 p.p., considerando que eram 14,7% de taxa de desemprego em igual período do ano passado.