Desemprego: taxa de desocupação sobe para 12,9% em maio, diz IBGE
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (30), o desemprego atingia 12,7 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio. A taxa de desocupação era de 12,9%.
A taxa de desemprego no período subiu 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Além disso, segundo o IBGE, o percentual de pessoas ocupadas na população — com idade para trabalhar — ficou em 49,5% no trimestre encerrado em maio. O resultado equivale a uma queda de cinco pontos percentuais em comparação aos três meses encerrados em fevereiro.
“Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, o nível da ocupação ficou abaixo de 50%. Isso significa que menos da metade da população em idade de trabalhar está trabalhando. Isso nunca havia ocorrido na PNAD Contínua”, disse Adriana Beringuy, analista da pesquisa do Instituto.
Suno One: o primeiro passo para alcançar a sua independência financeira. Acesse agora, é gratuito!
Com 12,7 mihões de desempregados, cerca de 368 mil pessoas a mais, em comparação ao trimestre anterior, estavam à procura de um emprego no trimestre encerrado em maio. Neste período, 7,8 milhões de pessoas deixaram a população ocupada, uma baixa de 8,3%.
“É uma redução inédita na pesquisa e atinge principalmente os trabalhadores informais. Da queda de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, 5,8 milhões eram informais”, salientou a especialista.
Apesar muitas empresas terem sido fechadas entre março e maio, em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o IBGE não atribui o aumento do desemprego à crise nem citou o vírus em seu material de divulgação
Desemprego e informalidade
De acordo com os critérios do IBGE, o trabalho informal refere-se a profissionais sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e sem remuneração.
Dessa forma, o número de empregados no setor privado sem carteira assinada tombou 20,8% no período em questão, equivalente a 2,4 milhões a menos no mercado de trabalho. Os trabalhadores por conta própria, por sua vez, recuaram 8,4% — 2,1 milhões de pessoas.
Com isso, a taxa de informalidade caiu de 40,6%, no trimestre encerrado em fevereiro, para 37,6% em maio, a menor desde 2016, quando o indicador passou a ser acompanhado. Para Beringuy, numericamente houve uma queda na informalidade, “mais isso não necessariamente é um bom sinal”.
“Significa que essas pessoas estão perdendo ocupação e não estão se inserindo em outro emprego. Estão ficando fora da força de trabalho”, disse a pesquisadora. Segundo a especialista, com a queda do número de trabalhadores informais, categoria de profissionais que possuem remunerações menores, o rendimento médio habitual apresentou um aumento de 3,6%, subindo para R$ 2.460.
Saiba mais: Seguro-desemprego: Brasil contabiliza 3,6 milhões de pedidos no ano
Já o número de trabalhadores domésticos, estimado em cerca de 5 milhões de pessoas, apresentou uma queda de 18,9% em relação ao trimestre anterior — isso equivale a 1,2 milhão de profissionais a menos no mercado de trabalho.
Enquanto o volume de empregados no setor privado com carteira assinada (desconsiderando os trabalhadores domésticos), por sua vez, teve uma queda de 7,5%, ou seja, menos 2,5 milhões de pessoas em postos de trabalho, totalizando 31,1 milhões, o menor patamar da série histórica.
Com tais retrações, o contingente na força de trabalho, tanto as pessoas empregadas como as que abrangem o desemprego, chegou a 98,6 milhões, uma baixa de 7,4 milhões (-7%) em comparação ao trimestre anterior.