Desemprego volta a crescer no Brasil e atinge 9,2 milhões de pessoas, segundo IBGE

O desemprego no Brasil cresceu no trimestre entre dezembro de 2022 a fevereiro de 2023, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta (31). Assim, a taxa de desocupação chegou a 8,6% e atingiu 9,2 milhões de pessoas.

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De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), mais 483 mil pessoas estão à procura de trabalho, o que significa um aumento de 5,5% no número de desocupados. Contudo, esse é o menor resultado para o período desde 2015.

“No trimestre encerrado em fevereiro, esse aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas seguidas, influenciadas pela recuperação do trabalho no pós-pandemia. Voltar a ter crescimento da desocupação nesse período pode sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho“, detalha Adriana Berinhuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

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Desemprego: sem ocupação x empregados

Segundo o IBGE, a queda no número de ocupados foi de 1,6%, com diminuição de 1,6 milhão de pessoas no mercado de trabalho em comparação com o trimestre anterior. Assim, o nível de ocupação chegou a 56,4%, queda de um ponto percentual ante o trimestre anterior.

“A população ocupada tem um comportamento que é o inverso da trajetória da população desocupada. Nos primeiros meses do ano, há um movimento praticamente conjugado, de retração da população ocupada e a expansão da desocupação. Isso é ligado tanto às dispensas dos trabalhadores temporários que costumam ser contratados no fim do ano quanto à maior pressão do mercado de trabalho após o período de festas”, complementa Adriana.

Neste trimestre, o número de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável. Nos últimos seis trimestres consecutivos, houve um crescimento destes dados. Enquanto isso, as categorias que mais perderam postos de trabalho foram:

  • empregados sem carteira no setor público (- 14,6% / – 457 mil);
  • empregados sem carteira assinada no setor privado (-2,6% / – 349 mil);
  • trabalhador por conta própria com CNPJ (-4,8% / – 330 mil).

Com o aumento do desemprego e a diminuição do número de pessoas ocupadas, houve um crescimento da população fora da força de trabalho em 2,3% — ou seja, mais 1,5 milhão de pessoas aptas para trabalhar estão fora do mercado de trabalho.

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Erick Matheus Nery

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