No dia 30 de maio o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou uma retração de 0,2% no primeiro trimestre de 2019 em comparação ao quarto trimestre de 2018. Em valores, o total foi de R$ 1,714 trilhão.
Essa retração do PIB é a primeira desde o último trimestre de 2016, quando registrou uma queda de 2,3%. O mercado esperava essa retração, que chegou junto a uma estagnação da economia e uma piora das expectativas para todo o restante de 2019.
Os investidores começaram a se questionar quais seriam as melhores ações para comprar em tempos de PIB negativo. O analista da SUNO Research Rodrigo Wainberg indicou três papéis para comprar. Confira.
Taesa
Uma das ações mais interessantes em tempos de contração da economia brasileira é a Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (Taesa) (TAEE3). Essa é uma das maiores empresas brasileiras de transmissão de energia elétrica, e tem entre seus principais acionistas a estatal mineira de energia CEMIG, que possui 21,68% do capital total.
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“A Taesa é uma empresa cujas receitas são muito previsíveis, pois são todas contratuais. A empresa ganhou leilões de transmissões de energia e, independentemente do volume de energia que de fato passa pelas linhas dela, ela vai ter direito a receber a parcela do leilão corrigida pelo índice de inflação. Por isso é um modelo super resiliente e fornece muitas garantias para esse recebimento das prestações e das remunerações. Esse é um segmento que, vai bem ou vai mal, independe do PIB, mesmo que ele suba ou diminua”, explicou Wainberg.
Recentemente, o presidente da Taesa, Raul Lycurgo Leite, informou que a empresa planeja concentrar esforços em 2019 para a continuidade de projetos em andamento. Além disso, também espera buscar por oportunidades de aquisição de ativos no setor de transmissão de energia.
“Estamos focados em efetivamente fazer a análise de novas oportunidades nesse mercado ‘brownfield’, considerando inclusive até a questão de que o ministro Bento Albuquerque informou que para 2019 teremos apenas um único leilão, em dezembro”, afirmou Leite.
BB Seguridade
A segunda ação para ficar de olho em tempos de recessão é a da BB Seguridade (BBSE3). Essa empresa de seguros pertence ao Banco do Brasil.
Saiba mais: BB Seguridade tem lucro liquido de R$ 1 bi no primeiro trimestre, alta de 11,7%
“A BB seguridade tem um modelo que demanda muito pouco capital então tem uma rentabilidade muito boa. Esse é um segmento que cresce no Brasil independente do PIB, pois as pessoas estão se preparando para a aposentadoria, elas vão investir em planos, vão investir em fundos, e a empresa vai colher taxas dessa aplicações e investimentos. Além disso, ela comercializa seguros, e com a possível redução da taxa de juros, também esse será um setor que crescerá no longo prazo. E a empresa terá corretagem”, disse Wainberg.
A BB Seguridade fechou o primeiro trimestre com lucro liquido ajustado de R$ 1 bilhão, uma alta de 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 907,389 milhões). Dessa forma, o lucro da empresa voltou ao patamar do bilhão após registrar dois trimestres seguidos na casa dos milhões.
De acordo com a BB Seguridade, a alta foi puxada pela evolução de 60,8% do resultado financeiro combinado pelas empresas do grupo, impulsionado pela deflação do índice IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) durante o período de atualização das reservas dos planos.
B3
Terceira ação para comprar quando o PIB cai é a da B3 (B3SA3). A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) é a empresa que atua na operação da Bolsa de Valores de São Paulo resultante da fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip.
Saiba mais: B3 fecha 2018 com lucro de R$ 2,1 bilhões, 70% maior que em 2017
A B3 registrou um lucro líquido de R$ 2,087 bilhões em 2018, uma alta de 70,4% em relação a 2017. O faturamento avançou 27,3% e atingiu R$ 1,458 bilhão no quarto trimestre de 2018, no comparativo do mesmo período do ano anterior. Contando os 12 meses de 2018, a receita total somou R$ 5,351 bilhões, um crescimento de 20,6% em relação a 2017.
“A B3 é uma empresa que hoje tem o monopólio de toda a parte de negociação de ações. E esse é um mercado que só cresce, assim como aquele dos fundos imobiliários. E todas as vezes que se realizam operações desse tipo são pagos emolumentos para a B3. Então, pela sua posição de monopólio, essa é uma ação independente do andamento do PIB. Ao contrário, quando o PIB tá ruim, as pessoas vende ações e a B3 vai ganhar mesmo assim as taxas devidas. Além disso tem toda a questão de sinergia para a custódia de títulos de renda fixa com o Tesouro Direto. E essa aplicação, mais rentável que a poupança, só sobe no Brasil, em linha com o aumento da educação financeira que está melhorando o País”, explicou Wainberg.
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