Democratas iniciam processo de impeachment contra Trump

A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, anunciou nesta terça-feira (24) a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Donald Trump.

Trump é acusado pelo Partido Democrata de violar as leis tentando pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para reabrir um processo contra o filho do ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden.

O índice Dow Jones caiu nesta terça devido ao possível impeachment. O Dow Jones Industrial encerrou em queda de -0,53%, perdendo 142,22 pontos, acumulando no total 26.807,77 pontos. Já o S&P teve queda de -0,84% com 2.966,60 pontos, e o Nasdaq caiu -1,46% aos 7.993,63 pontos.

“O Presidente deve ser responsabilizado. Ninguém está acima da lei”, afirmou Pelosi durante uma declaração na TV. Segundo os democratas, que têm maioria na Câmara, Trump agiu tentando interferir a seu favor na eleição de 2020, na qual Biden é pre-candidato.

O presidente dos EUA reagiu as acusações através de sua conta no Twitter. Ele definiu essa decisão dos Democratas de “nova caça às bruxas”. Esse foi o mesmo termo utilizado pelo presidente durante a investigação sobre as interferências russas na eleição de 2016. A investigação não conseguiu provar nenhuma ação da Rússia no pleito nem resultou em alguma acusação contra o mandatário.

“Em um dia tão importante nas Nações Unidas, tanto trabalho e tanto sucesso, e os democratas propositalmente tinham de arruinar e degradar com mais notícias do lixo da caça às bruxas. Péssimo para nosso país!”, escreveu Trump em seu Twitter.

Segundo a Constituição dos EUA, o processo de impeachment deve ser aprovado na Câmara e no Senado. Entretanto, o Partido Republicano tem a maioria no Senado, com 53 senadores contra 45 democratas e 2 independentes. Uma composição que limitaria as chances de sucesso de um pedido de impedimento do presidente.

Trump pediu para reabrir investigação

No último dia 25 de julho, Trump teria pedido ao presidente da Ucrânia que pressionasse os procuradores locais para reabrir uma investigação sobre Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente durante os mandatos de Barack Obama. Hunter integrou o conselho da empresa de gás ucraniana Burisma Holdings.

A empresa, de fato, esteve sob investigação por parte das autoridades ucranianas por corrupção e irregularidades na gestão. Um escândalo que levou à queda de um procurador da Ucrânia em 2016.

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Um agente de segurança dos Estados Unidos revelou o conteúdo da conversa entre os dois presidentes, realizada via telefone. Trump teria pedido oito vezes para Zelensky colaborar com a investigação.

O telefonema entre os dois mandatários ocorreu no momento em que a Ucrânia aguardava o envio de um pacote de ajuda militar dos EUA. O montante dessa ajuda chegaria a US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão).

As autoridades ucranianas não reabriram a investigação, e os recursos foram em seguida autorizados pelo Congresso dos EUA. Entretanto, a Casa Branca suspendeu o envio logo em seguida.

Conteúdo divulgado

Em um primeiro momento Trump se recusou a comentar o conteúdo da conversa que teve com o presidente ucraniano. “Não interessa o que eu discuti”, chegou a declarar na última sexta-feira (20).

Em seguida, ele admitiu que a conversa também tratou de Biden, “A conversa que tive foi principalmente congratulatória, principalmente sobre corrupção, toda a corrupção acontecendo e principalmente sobre o fato de que não queremos nosso povo, como o vice-presidente Biden e seu filho, criando a corrupção que já existe na Ucrânia”, declarou o presidente dos EUA.

Entretanto, nesta terça Trump afirmou que o teor do telefonema poderá ser divulgado na próxima quarta-feira (25) de forma “completa, sem nenhuma classificação e sem edição”.

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“Vocês vão ver que foi uma ligação muito amigável e completamente apropriada. Nenhuma pressão e, diferentemente de Joe Biden e seu filho, sem quiproquó!”, escreveu Trump no Twitter.

Carlo Cauti

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