A demanda mundial de petróleo deverá desabar de 30% em abril. Essa é a previsão da Agência Internacional de Emergia (AIE), em seu relatório divulgado nesta quarta-feira (15).
A análise da AIE – cujo título é “Back from the brink” (de volta ao precipício, na tradução em português) foi publicada logo após o acordo histórico entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os países aliados no formato OPEP+ e do G20, no último domingo (12).
Segundo a entidade, 187 países no mundo estão enfrentando quarentenas ou até “lockdown”, e por isso as perspectivas do setor petrolífero serão negativas. A estimativa é que, ao longo de 2020, a queda na demanda seja de 9,3 milhões de barris por dia, ou seja 9-10% a menos do que nos anos anteriores.
Obviamente, para os consumidores, os problemas dos produtores se transformam em vantagens, principalmente graças aos preços mais baixos de combustíveis como gasolina e diesel. Mas essa queda é reduzida pelo peso dos impostos, que geralmente representam 50% do preço final.
Por outro lado, a péssima situação das contas públicas e das balanças comerciais dos países produtores de petróleo e gás também se traduz em uma queda na demanda por produtos provenientes de países consumidores e uma redução nos investimentos.
Além disso, condição de quarentena onde estão confinados 4 bilhões de pessoas impede que essa grande parte da população mundial possa desfrutar dos efeitos econômicos da redução de preços da gasolina e do diesel.
O mesmo vale para as atividades das indústrias, principalmente as químicas, totalmente paradas por causa da interrupção na produção. Assim como para a aviação. Todos esses setores são grandes consumidores de combustíveis. O bloqueio dos investimentos por parte de todas as companhias petrolíferas mundiais, coloca também toda uma cadeia produtiva e milhões de trabalhadores em situação complicada.
Corte na produção de petróleo insuficiente
Segundo a AIE, as medidas anunciadas pelo cartel dos países exportadores de petróleo e por seus aliados, junto com o grupo dos países mais industrializados do mundo (que inclui o Brasil), não poderão reequilibrar o mercado no curto prazo.
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O corte na produção de 9,7 milhões de barris por dia será apenas suficiente para reduzir o pico de excesso de oferta e a tendência de reabastecimento dos estoques, permitindo que os produtores absorvam a parte mais difícil da crise.
Nos próximos meses, todavia, a queda prevista na demanda mundial será enorme: em abril, a expectativa da entidade é de atingir 29 milhões de barris por dia, enquanto em maio poderá ser de 26 milhões de barris. Basicamente o mesmo nível de1995. A demanda mundial antes da pandemia de coronavírus era de cerca de 100 milhões de barris por dia.
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Durante todo o segundo semestre, a queda na demanda de petróleo está prevista em 23,1 milhões de barris e a recuperação será gradual. Em junho, serão 15 milhões de barris por dia. Em dezembro, ainda deve permanecer abaixo de 2,7 milhões de barris por dia.
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