Déficit primário do governo central soma R$ 95 bilhões em 2019
A Secretaria do Tesouro Nacional informou, nesta quarta-feira (29), que as contas do governo central apresentaram um déficit primário de R$ 95,065 bilhões em 2019. O valor corresponde a 1,31% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
Este é o sexto ano consecutivo que as contas do governo reportam déficit. No entanto, é o menor rombo fiscal desde 2014. Em 2018, o resultado foi negativo em R$ 120 bilhões. O montante considera os gastos do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central (BC).
O rombo nas contas do governo em 2019 ficou abaixo da meta do déficit primário, que era de R$ 139 bilhões.
No entanto, o montante está acima da previsão do ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro declarou, em outubro do ano passado, que esperava que o rombo fosse de R$ 80 milhões em 2019. O valor também é maior em relação a projeção do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, que esperava um montante abaixo de R$ 70 bilhões.
O valor também é maior do que as expectativas do mercado financeiro. Segundo um levantamento do “Broadcast”, uma média entre 24 instituições financeiras do País resultou em uma previsão de déficit de R$ 79,9 bilhões.
“O resultado ficou abaixo da meta, mas a gente pode se alegrar e soltar fogos? Não. A gente tem o desafio de continuar cumprindo o teto de gastos para continuar esse ajuste [das contas públicas]. O Brasil ainda tem as contas no vermelho. O ajuste está acontecendo aos poucos, está caminhando na direção correta”, disse o secretário do Tesouro.
Dívida pública do governo federal
O Tesouro Nacional informou, na última terça-feira (28), que a Dívida Pública Federal (DPF) subiu 1,03% entre novembro e dezembro do ano passado, chegando a R$ 4,248 trilhões em 2019.
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O órgão público informou que a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) avançou 1,22% em 2019, atingindo R$ 4,083 trilhões em dezembro. Por outro lado, a dívida federal externa diminuiu 3,4% em dezembro quando comparado ao mês anterior e somou R$ 165,68 bilhões.
As emissões da dívida somaram R$ 31,66 bilhões em dezembro. Já os resgates contabilizaram R$ 12,45 bilhões no período. Com isso, a emissão líquida foi de R$ 19,21 bilhões.
Da mesma forma que o déficit das contas do governo central está dentro da meta, a dívida pública registrada também está dentro do previsto pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) que estimava um valor entre R$ 4,1 trilhões e R$ 4,3 trilhões.