Nesta segunda-feira (26), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que a fala do presidente da França, Emmanuel Macron, em relação às queimadas na Amazônia “foi oportunista”.
Durante evento na Câmara árabe, em São Paulo, a ministra declarou: “Foi oportunista. Foi um problema interno do Brasil, que prejudica a imagem do país, que já não anda muito bem. Só que o bom senso prevaleceu na reunião do G7”, afirmou Cristina sobre a declaração do presidente francês sobre a Amazônia.
“As relações comerciais com a Europa depois da assinatura do acordo deixou com certeza alguns países preocupados pela pujança do nosso agronegócio e pelo mercado que nós podemos tirar, principalmente a Irlanda”, salientou a ministra. “Não é de hoje que os produtores rurais da França vêm se insurgindo contra os produtos brasileiros, querendo denegri-los por um problema de comércio”, completou.
Para Cristina, imprensa vem cometendo crime lesa-pátria ao falar da Amazônia
A ministra também fez críticas à imprensa brasileira que, segundo ela, vem sendo criminosa ao alardear as queimadas que ocorreriam todos os anos.
Segundo Cristina, “A histeria que existe hoje na imprensa brasileira, em falar mal do Brasil. Acho que isso é um crime lesa-pátria. Que país não tem problema no meio ambiente? Quanto mais no Brasil, com essa Amazônia gigantesca. Daria para colocar 48 países da Europa dentro dela. Como se nós pudéssemos ter o controle absoluto.”, disse.
Em evento diferente, na Fiesp, Tereza Cristina foi perguntada sobre a tal “histeria da imprensa brasileira” que foi citada em seu discurso. Em resposta, a ministra recuou, citando que as publicações ocorreram fora do Brasil.
“Eu disse fotografias e algumas matérias que foram veiculadas principalmente fora do Brasil, em que se fala que o Brasil está em chamas. Todos nós sabemos que essa é uma época seca, e as queimadas ocorrem há muitos anos”, declarou Cristina.
“Esse ano tem uma excepcionalidade porque a Bolívia também tem uma área enorme que está sofrendo essas queimadas. Isso tudo juntou, e fizeram um alarde enorme como se fosse a primeira vez que nós tivéssemos uma queimada muito maior do que no passado.”, completou a ministra da Agricultura.
Acordo UE-Mercosul
O Mercosul e a União Europeia fecharam as negociações para o acordo de livre-comércio entre os dois blocos no dia 28 de junho deste ano.
Saiba mais: Queimadas na Amazônia dificultam pacto de livre comércio, diz Tusk
O tratado comercial compreende serviços, investimentos, bens e compras governamentais. O acordo foi oficializado após 20 anos em pauta.
No último sábado (24), o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, declarou que é difícil pensar que o bloco europeu possa aprovar um pacto de livre comércio com o Mercosul enquanto o Brasil não detém os incêndios que ocorrem na Amazônia.