O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, afirmou que uma decisão do País de permitir, ou não, que a Huawei Technologies forneça a tecnologia para estruturar a sua rede 5G ajudará a definir o relacionamento mais amplo com a China. As informações foram publicadas pela agência “Bloomberg”.
O representante da China no Brasil pontuou, em entrevista à agência, que “a questão não é se a Huawei vai ganhar ou não uma licitação”, mas antes se um país consegue criar para todas as empresas regras de mercado e ambiente de negócios nos parâmetros de abertura, imparcialidade e não discriminação.”
A posição foi comunicada semanas após os Estados Unidos advertirem o País sobre “consequências” na hipótese de os chineses participarem do desenvolvimento da rede móvel de quinta geração brasileira.
O diplomata caracterizou o processo de licitação da rede 5G como fundamental para companhias chinesas, bem como de outros países, avaliarem o que chamou de “maturidade” da maior economia da América Latina.
“Acreditamos que o Brasil saberá tomar decisões racionais, levando em consideração os interesses nacionais de longo prazo”, declarou o embaixador à agência.
EUA pressionam para barrar influência da China
Os Estados Unidos pressionam o Brasil, assim como outros aliados, para barrar a atuação chinesa da construção das redes de quinta geração e para banir componentes da Huawei. As autoridades norte-americanas alegam que a utilização de tecnologias da gigante asiática facilitam o roubo de propriedade intelectual e a espionagem por Pequim.
No final de julho, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, afirmou ao jornal “O Globo” que as empresas americanas poderiam deixar de investir no País, por temer que sua propriedade intelectual não esteja à salvo no Brasil.
O imbróglio se desenrola em um momento no qual a China supera os Estados Unidos como o principal parceiro comercial do Brasil e a demanda da gigante asiática pelas exportações brasileiras de commodities disparou com a pandemia.